Na América do Sul já existem experiências bem-sucedidas de SbN implementadas localmente como uma forma de melhorar a biodiversidade e abordar questões críticas que afetam a funcionalidade do sistema urbano, incluindo problemas sociais básicos como saneamento precário e construção de resiliência urbana a ameaças como enchentes e deslizamentos de terra, acentuadas pela mudança climática.
Com o objetivo fomentar a agenda na região e proporcionar um espaço de diálogo e troca de experiências para os atores envolvidos com a implantação, monitoramento e divulgação da SbN na América do Sul, o ICLEI América do Sul promoveu durante o Daring Cities a sessão “Soluções baseadas na Natureza na América do Sul: engajando múltiplos atores”.
O encontro serviu também como uma oportunidade para discutir e mostrar como as Soluções Baseadas na Natureza podem contribuir localmente para o Marco Global da Biodiversidade Pós-2020.
“O ICLEI vem se empenhando na região para trazer uma agenda muito consistente da perspectiva urbana e da integração da biodiversidade aos instrumentos de gestão da cidade e de uso e ocupação do solo” declarou o secretário executivo do ICLEI América do Sul, Rodrigo Perpétuo.
“A temática é relativamente nova, começou a ganhar força em 2015” explica Sophia Picarelli, gerente de Biodiversidade e Mudança do Clima do ICLEI. “As Soluções baseadas na Natureza têm que ser adaptadas aos contextos nacionais e locais e reforçam que a natureza é a solução e não o entrave ao desenvolvimento. É uma pauta transversal que oferece oportunidades de restauração, proteção, gestão de ecossistemas e áreas verdes, infraestruturas verdes e outras. Temos uma riqueza grande que precisa ser melhor avaliada e vista como oportunidade para o desenvolvimento regional” complementou.
“O ICLEI promove a temática SbN na América do Sul, através dos projetos Connecting Nature, CLEVER Cities e do programa: UrbanbyNature e também pelas sub-rede temáticas de Áreas Protegidas Locais e CityFood Network”, reforça Larissa Heinisch, coordenadora de Biodiversidade e Resiliência.
Direto de Quito, do Equador, a técnica de projetos da Secretaria de Ambiente da cidade, Karla Hurtado, dividiu os recentes avanços e experiências do município implementando as SbN em seu território: “A co-criação é essencial. Em Quito, trabalhamos em intervenções de co-criadas em distritos pilotos para serem replicadas”, defendeu. A cidade de Quito é a única da região que participa do Clever Cities, projeto que usa Soluções baseadas na Natureza para enfrentar os desafios urbanos e promover a inclusão social em cidades da Europa, América do Sul e China.
O painelista representante da juventude, Lucas Kurten, pesquisador no Instituto Tecnológico da Universidade de Colônia, Alemanha, falou sobre o papel da juventude como agentes da mudança. “Os jovens exercem grande influência. Como envolvê-los para difundir as SbN? Por meio da educação, de consultas e ações como festivais etc” comentou.
Para complementar as diferentes perspectivas, Juliana Baladelli Ribeiro trouxe a importância da ação colaborativa e da co-criação de SbN. Segundo Ribeiro, analista de Soluções baseadas na Natureza, da Fundação Grupo Boticário, “o trabalho em rede nos fortalece, potencializa competências, otimiza recursos, ganha escala de atuação e amplia benefícios”.