Cidades sul-americanas marcam presença no Daring Cities

Evento global discute a incorporação de estímulos verdes nos sistemas de gestão pública na América do Sul

20 de out de 2020

Crédito: Prefeitura de Curitiba

Como parte do Daring Cities, evento global do ICLEI que acontece de forma virtual durante o mês de outubro –  reunindo centenas de líderes urbanos em torno da discussão do enfrentamento à crise climática -, o ICLEI América do Sul promoveu a sessão “Recuperação Pós-Covid-19: como incorporar estímulos verdes nos sistemas de gestão pública na América do Sul”.  

 

Realizado no dia 15 de outubro, o evento teve como objetivo discutir modelos de negócios viáveis para um futuro de baixo carbono, trazendo para a conversa representantes de governos locais da Argentina, Brasil e Colômbia, que compartilharam boas práticas implementadas em seus territórios na promoção de uma economia sustentável baseada em soluções inteligentes e integradas. 

 

Estímulos verdes e inovação no pós-pandemia

“A biodiversidade está em um estado alarmante globalmente, com perdas crescentes e degradação de ecossistemas. Estamos buscando caminhos para incorporar o olhar de serviços ecossistêmicos no planejamento local e regional”, declarou Sophia Picarelli, gerente da área de Biodiversidade e Mudança do Clima do ICLEI América do Sul. “Notamos uma diferença muito grande em cidades que já vem incorporando o olhar estratégico para áreas verdes no planejamento urbano e que estão endereçando isso de forma mais concreta”, complementa.

 

Camila Chabar, coordenadora da área de Mudança do Clima do ICLEI América do Sul, falou sobre a reconstrução no cenário pós-pandêmico e sobre como aumentar os recursos para proteção da biodiversidade, além de redirecionar os investimentos que já existem para que sejam mais sustentáveis.

 

Diretora da Divisão de Unidades de Conservação da Biodiversidade e Herbário Municipal da prefeitura de São Paulo, Anita Correia de Souza Martins lembrou que o contato com a natureza passou a ser importante na vida das pessoas durante a quarentena. 

 

Ela citou a parceria com o ICLEI no Programa de Aceleração da APA Capivari-Monos, localizada no extremo sul de São Paulo, onde estão os últimos dois rios limpos da cidade e mais de dez aldeias guarani. “Estão sendo definidas ações de médio e longo prazo que visem a transformação da unidade. A proposta é que essa metodologia seja replicada para outras APAs e UCs do Brasil.”

 

Também de São Paulo, Frederico Celentano, presidente da Ade Sampa, apresentou o Green Sampa. “Lutar pelo meio ambiente é um imperativo civilizatório e também uma oportunidade de negócios. O Green Sampa incentiva o desenvolvimento de negócios sustentáveis, ecologicamente eficazes, economicamente vantajosos e socialmente responsáveis, reunindo stakeholders do setor para promover o desenvolvimento de startups e ideias inovadoras.”

 

“O Rio tem muitos problemas, mas também uma capacidade enorme de encontrar as soluções”, ressaltou Bernardo Egas, secretário de meio ambiente da prefeitura do Rio de Janeiro e coordenador nacional do Fórum CB27. Ele citou o projeto “Escolas Sustentáveis”, que por meio do programa Urban-LEDS instalou painéis fotovoltaicos em seis escolas pilotos. “Hoje já são 35 escolas, e foi um embrião muito importante”.

 

Direto da Argentina, Daniela Mastrangelo, coordenadora técnica na Subsecretaría de Ambiente da Municipalidade de Rosário, contou sobre o compromisso da cidade em usar biodiesel e e importância de trabalhar em conjunto com a iniciativa privada no cumprimento de objetivos sustentáveis.

 

Da Colômbia, Carlos Alejandro Cubides Durán, diretor do Departamento de Mudança do Clima da prefeitura de Tópaga, deixou uma mensagem de esperança: “Nosso município tem limitações orçamentárias por causa do território, mas isso não foi um fator limitante na busca por recursos existentes no combate à mudança climática. A vontade política e o empoderamento dos cidadãos em Tópaga fez com que o projeto transcendesse no tempo e território. No ano passado, conseguimos elaborar o primeiro inventário de emissões de gases de efeito estufa e implementar medidas para servir as áreas mais vulneráveis em relação à mudança climática”.

 

Juventude presente!

 

Representando as juventudes, Valery del Carmen Salas Flores, da YOUNGO e CLIC!, declarou que os jovens desejam participar ativamente na gestão pública da cidade, não somente como beneficiários mas também propondo projetos para transformação. “Pedimos uma cadeira à mesa para que possamos escutar de igual para igual e pensar uma ideia de cidadania que esteja de acordo com as novas gerações”, declarou.

 

“Reconhecemos as crianças como aliadas e buscamos garantir que elas tenham um futuro digno e acesso a um meio ambiente equilibrado. Estamos em 70 países e já trabalhamos com 100 mil crianças. Nossa meta é formar um milhão de embaixadores da justiça climática até 2030”, informou Luciano Frontelle, diretor executivo da Plant-for-the-Planet no Brasil.

Assista na íntegra: