Registro Climático carbonn lança Relatório Geral de 5 anos

O evento também celebrou o lançamento oficial do Relatório Geral de 5 Anos do cCR.

10 de dez de 2015

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Na primeira semana da COP21, o ICLEI organizou uma sessão no Pavilhão de Cidades e Regiões – TAP2015 para comemorar os 5 anos de atividade do Registro Climático carbonn® (cCR) – a principal plataforma global de relatoria que demonstra a transparência, a responsabilidade e a credibilidade da ação climática de governos locais e subnacionais. O evento também celebrou o lançamento oficial do Relatório Geral de 5 Anos do cCR.

 

O primeiro painel destacou as experiências de cidades e regiões que reportam no cCR. Christian Gaebler (Secretário Permanente para Transportes e Ambiente, Berlim, Alemanha) abriu a sessão apresentando a meta de Berlim para neutralidade climática até 2050. Ele explicou que isto só será possível se forem tomadas medidas em uma ampla gama de setores, incluindo o fornecimento de energia, construções e mobilidade. Berlim, disse ele, desenvolveu uma estratégia certeira para agir agora e agir decisivamente sobre as mudanças climáticas. Gaebler também enfatizou a importância das cidades e as suas redes, e das conexões oferecidas pelo cCR através de sua plataforma online e relatórios padronizados. Na ocasião, Berlim se tornou a entidade mais recente a reportar ao cCR.

 

Pankaj Bhatia (Vice-Diretor do Programa de Clima e Diretor do GHG Protocol – World Resources Institute) destacou que a medição padronizada de emissões é um fenômeno relativamente recente. É muito importante, destacou ele, porque “você não pode gerenciar o que não pode medir”. A padronização também ajuda as cidades a construir um bom business case para investidores, assegurando a credibilidade por meio de um padrão reconhecido. Bhatia apresentou o Protocolo Global para Inventários de Emissões de Gases de Efeito Estufa na Escala da Comunidade (GPC), que é em sua opinião “o primeiro passo para as cidades”. Desenvolvido em conjunto pelo ICLEI, C40 e WRI, o GPC fornece um guia completo para as cidades calcularem e relatarem suas emissões, ajudando-as através de um ciclo de análise e inventários. Mais de 400 cidades ao redor do mundo se comprometeram a usar o GPC.

 

Peter Krahl Rydberg (Programa de Mudanças Climáticas, Gestão Ambiental da Cidade de Gothenburg, Suécia) observou que Gothenburg tem um longo histórico de inventários de emissões de gases de efeito estufa. Citou entre os benefícios do cCR a facilidade de uso e os materiais explicativos bem úteis. Além disso, o fato de que a plataforma é utilizada para diversas finalidades e iniciativas, ajuda a cidade a centralizar seus esforços de divulgação. Rydberg ainda acrescentou que para uma cidade pequena como Gothenburg causar impacto global é importante demonstrar publicamente ações e se conectar globalmente.

 

Os palestrantes exploraram uma variedade de tópicos sobre plataformas de relatoria, incluindo as relações entre os processos locais e nacionais. Bhatia observou que compromissos nacionais ambiciosos podem ser implementados em nível local, especialmente no setor de energia. Rydberg também contou que reportar ações de mitigação e adaptação foi útil para pressionar diferentes secretarias municipais a se unirem.

 

Em seguida, a sessão celebrou o lançamento do Relatório Geral de 5 Anos do Registro Climático carbonn®, que analisa os avanços entre 2010 e 2015. Agathe Cavicchioli (ICLEI) constatou que mais de 553 milhões de pessoas são representadas pelos 608 governos locais e subnacionais que alimentam o cCR. Isto representa 8% da população global em 62 países diferentes. Cavicchioli também destacou que as entidades relatoras reportaram mais de 6.000 ações de mitigação e adaptação. Mais importante, elas se comprometeram com a redução de uma gigatonelada nas emissões de gases de efeito estufa (CO2e) até 2020. Isto equivale, aproximadamente, às reduções de emissões obtidas pela União Europeia entre 1990 e 2012. Finalmente, para as 60 entidades relatoras que atualizaram regularmente os seus inventários de GEE, o cCR foi capaz de mostrar que 16 delas alcançaram e ultrapassaram os compromissos que adotaram em 2010, estabelecendo um exemplo inspirador de superação.

 

O cCR funciona com múltiplos parceiros e dá suporte a 14 iniciativas mundiais que abordam as mudanças climáticas, oferecendo uma robusta estrutura de relatoria. Carina Borgström-Hansson (WWF Suécia) apresentou o Desafio das Cidades da Hora do Planeta, que convida cidades a demonstrarem sua liderança climática. As cidades participantes devem divulgar os seus dados de inventários, reportar compromissos ambiciosos e “inspirar o mundo com soluções atraentes”. Cidades em 21 países participarão em 2016, competindo pelos prêmios de Capitais Nacionais e Capital Global da Hora do Planeta, seguindo o exemplo da vencedora Global do ano passado, Seul.

 

No painel final, Cida Pedrosa (Secretária de Meio Ambiente e Sustentabilidade, Recife, Brasil) destacou a importância das plataformas de relatoria como o cCR que compartilham as ações implementadas por outras cidades e permitem aprender com as suas ambições. Magash Naidoo (Diretor Sênior Interino, Escritório de Energia, Município de eThekwini) observou que o CCR oferece um único ponto de entrada, ajudando a reduzir a burocracia.

 

A sessão enalteceu como o cCR oferece vários benefícios para que as cidades e regiões ao redor do mundo demonstrem o poder e o potencial da ação climática local.

 

Para acessar o Relatório Geral de 5 Anos do cCR, clique aqui.