Na Argentina, projeto inicia com metas ambiciosas rumo a 100% de energias renováveis

Evento buscou sensibilizar a aceitação política para a importância da transição energética.

23 de set de 2020

Crédito: Getty Images iStockphoto

No último dia 11 de setembro, o ICLEI América do Sul, com o apoio do seu Secretariado Mundial, iniciou oficialmente o projeto 100% Energías Renovables Hoja de Ruta de Ciudades y Regiones (100% Energias Renováveis: Roteiro para Cidades e Regiões) na Argentina. A iniciativa é implementada pelo ICLEI nas cidades argentinas de Avellaneda, localizada na província de Santa Fé, Rosário e La Plata. O evento aconteceu virtualmente e buscou sensibilizar a aceitação política para a importância da transição energética de energias renováveis para as cidades e apresentar  o projeto.

 

Rodrigo Perpétuo, secretário executivo do ICLEI América do Sul,  destacou que uma forma muito objetiva e estratégica de começar a repensar a sustentabilidade das cidades é por meio de energias renováveis.  “Está sendo criada uma linha de base muito importante para que os municípios consigam fazer de forma eficiente a gestão de consumo e energia e, assim, vamos procurar expandir a implementação do projeto. A tentativa é chegar à COP26, no Reino Unido, com resultados mais concretos e fazer da Argentina um exemplo internacional a ser seguido”, comentou Perpétuo. 

 

Ulrich Sante, embaixador da Alemanha na Argentina, acredita que, por meio da cooperação entre os dois países, o projeto poderá contribuir para a eficiência energética e  desenvolvimento das energias renováveis ​​no país. “A Argentina tem um enorme potencial para avançar nesta direção, devido aos seus recursos naturais e sua extensão geográfica, sendo um parceiro estratégico ideal para esta modernização.”

 

Durante o evento, foi compartilhado o andamento das entregas iniciais do projeto e apresentadas as funções, responsabilidades e integrantes que farão parte do Grupo Consultivo Nacional, que terá como objetivo apoiar o alinhamento de políticas locais, regionais e nacionais no setor energético argentino. 

 

Para Maria Julia Reyna, diretora do escritório do ICLEI na Argentina, o caminho que o projeto está trilhando irá atingir objetivos muito relevantes e estratégicos em todos os níveis de cooperação. “Muitas vezes, a determinação de linhas de evidência é complexa, mas estamos muito satisfeitos com o que estamos conquistando.” Esses objetivos ambiciosos, estão relacionados às metas nacionais de implementação de energias renováveis. Segundo Gabriela Rijter, Diretoria Nacional de Geração de Energia Elétrica, a intenção é que a Argentina tenha 16% de energia renovável até 2021 e 20% até 2025. 

 

Para Celia Garcia-Baños, oficial de programas adjunto da agência intergovernamental IRENA, parceira do ICLEI na implementação do projeto, é necessário que exista uma coordenação entre todas as autoridades e competências para a implementação de políticas a nível municipal, regional e nacional. “É preciso atuar não só no setor de geração e consumo de energia, mas também pensar nos setores de transporte e construção”, destacou.

 

Dionísio Scarpin, prefeito de Avellaneda (cidade-modelo para a implementação do projeto), finalizou o encontro lembrando que, além das medidas implementadas, todos os envolvidos, mesmo que em diferentes grupos das comunidades, precisam adotar um comportamento responsável de consumo de energia. “Assim, poderemos alcançar os objetivos internacionais que estamos buscando”, avaliou. 

 

Os próximos passos serão compartilhados em eventos que possibilitem diálogos multinível e o Grupo Consultivo Nacional será formalizado por meio da Ata Compromisso.

 

Sobre o 100% Energías Renovables Hoja de Ruta de Ciudades y Regiones

 

O projeto 100% Energías Renovables Hoja de Ruta de Ciudades y Regiones é implementado pelo ICLEI – Governos Locais pela Sustentabilidade e financiado pelo Ministério Federal Alemão do Meio Ambiente, Conservação da Natureza e Segurança Nuclear (BMU) através da Iniciativa Internacional do Clima (IKI). Ao trabalhar com governos locais e regionais da Argentina, Indonésia e Quênia, o projeto promove a governança multinível e coloca essa colaboração no centro da transição energética sustentável.