Em 2023, o ICLEI América do Sul agregou à equipe profissionais com experiência de mais de 10 anos no mercado para qualificar ainda mais o trabalho desenvolvido junto aos governos locais associados. Entre eles, está Alessandra Peres, Senior Fellow de Finanças Verdes.
Com um Mestrado em Gestão Pública e mais de 25 anos de experiência em liderança executiva e gestão de projetos, programas, políticas e fundos de desenvolvimento sustentável, a Administradora tem se destacado em seu setor de atuação, tornando-se uma referência respeitada em toda a América Latina e África.
Sua atuação abrange diversas áreas fundamentais, incluindo fusões e aquisições (M&A), considerações ambientais, sociais e de governança (ESG) e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (SDGs). Ao longo dos anos, ela tem desempenhado um papel fundamental em operações e cooperações técnicas com bancos multilaterais e bilaterais de desenvolvimento, organizações internacionais, governos e o setor privado. Seu trabalho no Banco Interamericano de Desenvolvimento em Washington DC e nas posições de Subsecretária de Meio Ambiente e Economia do Governo do Distrito Federal são exemplos marcantes de sua dedicação ao serviço público e à promoção de políticas sustentáveis.
Atualmente, exerce cargos de alta relevância como Diretora Executiva da ABES – Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental, onde tem liderado iniciativas transformadoras em saneamento básico e engenharia ambiental no Brasil. Adicionalmente, ela ocupa o cargo de Diretora de Mudanças do Clima na empresa A&C2 consult, demonstrando seu compromisso com a mitigação dos impactos das mudanças climáticas e a busca por soluções inovadoras.
Seu escopo de atuação não se limita apenas a questões nacionais, mas se estende ao cenário internacional. Ela é reconhecida por sua ampla atuação em importantes temas de desenvolvimento global, tais como a Agenda 2030 da ONU, o Acordo de Paris e os desafios enfrentados pelas mudanças climáticas. Sua expertise inclui áreas-chave como cidades sustentáveis, energia renovável, infraestrutura sustentável, salvaguardas, monitoramento e avaliação, bem como a captação de recursos para projetos em prol dessas causas.
Confira abaixo a íntegra da entrevista com Alessandra Peres:
– Quem é Alessandra Peres?
Uma mulher multifacetada que é mãe, profissional e canoeira. Além disso, é uma idealista apaixonada e uma ativista incansável pelas causas do desenvolvimento sustentável e mudanças do clima.
– Quais as principais experiências adquiridas ao longo da sua carreira que entende irão contribuir com seu trabalho junto ao ICLEI?
Com vasta experiência em liderança executiva e gestão de projetos, programas e políticas de desenvolvimento sustentável, possuo um mestrado em gestão pública. Meu conhecimento especializado em Finanças Verdes e Finanças Climáticas destaca-se.
Meu histórico inclui notáveis contribuições em fusões e aquisições (M&A), ESG e SDGs na América Latina e África, trabalhando em estreita cooperação com bancos multilaterais e bilaterais de desenvolvimento, organizações internacionais, governos e o setor privado. Passagens significativas no Banco Interamericano de Desenvolvimento em Washington DC e funções de Subsecretária de Meio Ambiente e Economia do Distrito Federal enriquecem minha trajetória.
Atualmente, eu desempenho papéis de liderança como Diretora Executiva da ABES – Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental, e também como Diretora de Mudanças do Clima na empresa A&C2 consult.
Minha atuação estende-se a importantes questões de desenvolvimento internacional, tais como a Agenda 2030, o Acordo de Paris, mudanças climáticas, cidades sustentáveis, energia renovável, infraestrutura sustentável, salvaguardas, monitoramento e avaliação, e captação de recursos para projetos nessas áreas.
– Como conheceu o ICLEI e quais as expectativas com relação à parceria?
Em 2019, ocupei a posição de Subsecretária de Meio Ambiente do Distrito Federal e liderava a implementação do projeto GEF CITinova em Brasília. Nessa capacidade, o ICLEI me convidou para apresentar as atividades e experiências do projeto, bem como nossos esforços de captação de recursos.
Após essa apresentação bem-sucedida, o ICLEI me convidou novamente, desta vez para palestrar em um evento da UNFCCC em Beirute, no Líbano. Além disso, tive a honra de ser co-autora de um estudo sobre projetos e captação de recursos em colaboração com Ezster Reka Mogyorosy, na sede do ICLEI em Bonn.
Outro destaque foi o convite do Pourya Saheli para ministrar capacitações na minha área de atuação. Essas oportunidades demonstram o reconhecimento do meu trabalho e a relevância das iniciativas desenvolvidas em prol do meio ambiente e do desenvolvimento sustentável. Estou comprometida em continuar contribuindo para soluções inovadoras e impactantes nesse campo.
– Se pudesse resumir esta oportunidade em poucas palavras, o que diria?
Parceria frutífera
– Apesar da Área de Finanças Verdes ser estratégica para acelerar as agendas globais de sustentabilidade nos territórios, ainda há muita dúvida entre os governos locais com relação ao seu conceito e como acessar os recursos. O que os governos locais precisam saber sobre isso?
Identifico que o principal obstáculo reside na preparação e elaboração do projeto. Um planejamento bem estruturado já representa um avanço significativo para obter investimento ou financiamento. É crucial que os governos locais compreendam essa importância e tracem o caminho para uma preparação eficiente.
– Na sua opinião, quais os principais mitos e verdades com relação ao financiamento verde que os governos locais devem conhecer?
Mito: É extremamente difícil, quase impossível, obter recursos reembolsáveis ou não para projetos.
Verdade: Requer dedicação e esforço.
Mito: Um projeto bem estruturado, viável tecnicamente e economicamente, com acesso adequado a recursos é suficiente para sua implementação.
Verdade: O alinhamento entre a área técnica e política de um projeto é fundamental, e o apoio dos stakeholders locais é crucial para que o projeto se concretize.
– E quais os principais desafios e oportunidades para que os governos locais acessem linhas de financiamento verde?
Identifico que o principal obstáculo reside na preparação e elaboração do projeto. Um planejamento bem estruturado é meio caminho andado para obter investimento/financiamento. É essencial que os governos locais compreendam essa importância e tracem o caminho adequado para essa preparação, juntamente com o alinhamento político do projeto e o engajamento de todos os stakeholders locais.
– Uma realização.
Ser mãe de duas lindas adolescentes
– Uma paixão.
Tenho como objetivo pessoal contribuir, por meio do meu trabalho, para a construção de um mundo mais sustentável.
– Um sonho.
Conhecer o mundo
– O ICLEI é…
Desejo sinceramente que essa parceria seja altamente frutífera para nós e para todos os municípios que, de alguma forma, se beneficiam do nosso trabalho conjunto.