Dedicada à difusão de pesquisa sobre as relações institucionais de governos locais e a cooperação descentralizada, a revista TIP (Trabalhos de Investigação em Paradiplomacia) abordará em sua sétima edição a teoria e prática da paradiplomacia brasileira.
A convocatória para contribuir com a publicação foi feita durante o webinar “Diálogos sobre a teoria e prática da paradiplomacia brasileira”, realizado pela organização Paradiplomacia.org no dia 24 de setembro, que contou com a participação de Rodrigo Perpétuo, secretario executivo do ICLEI América do Sul, Soraya Pessino, gerente de Relações Institucionais da Prefeitura de Salvador, e Gilberto Marques, professor da Universidade Federal do ABC.
Membro do conselho da Paradiplomacia.org, Perpétuo observa que a conjuntura internacional atual vem questionando os princípios da diplomacia entre cidades. “A diplomacia possui três funções básicas: representação, comunicação fluida e negociação entre as partes. A globalização, que permeará qualquer território, com consequências positivas e negativas, é uma das motivações determinantes para o exercício da paradiplomacia.”
Outras dimensões importantes citadas por ele são a política, com os representantes locais participando de eventos e usando a paradiplomacia para legitimar ações em seus territórios; a de captação de recursos e atração de investimentos; a de promoção comercial e marketing.
“O orçamento limitado para a área de Relações Institucionais, no entanto, são questões importantes a serem discutidas, pois geram baixa apropriação política por parte dos agentes locais, além de causar comprometimentos na parte técnica e, em alguns casos, o uso incorreto desses instrumentos”, reflete.
Em sua visão, as redes podem favorecer o aumento e qualificação do capital social, como pontos de articulação que conectam as cidades com universidades, bancos investidores e agencias de cooperação e qualificam permanentemente os recursos humanos que atuam com a paradiplomacia.
“Para responder os desafios contemporâneos é importante que a gente conheça as realidades locais”, aponta Pessino. “Como o profissional de Relações Institucionais está esse contexto? Os desafios são cada vez mais complexos.”
O olhar das cidades para as discussões globais é cada vez mais relevante. “Todas as questões internacionais são pautas que acontecem nos territórios e precisam de solução nas cidades. O profissional de RI precisa se reciclar, estudar e conhecer antigos e novos instrumentos operacionais para desenvolver a boa prática.”
Marques acredita que a paradiplomacia foi impactada positivamente pela globalização. “A integração tem trazido ao Mercosul uma nova dinâmica. A paradiplomacia municipal é sui generis, tem características próprias por conta do interesse local, é importante ter isso em mente.”
Até o dia 7 de dezembro a revista TIP receberá propostas para artigos originais e inéditos que explorem o enfoque teórico e prático da paradiplomacia brasileira, entre pesquisas, estudos de caso, analises teóricas e metodológicas. A previsão é que a edição seja publicada em fevereiro de 2021.
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Assista aqui o webinar na íntegra.