Nesta quinta-feira, 18 de março, a aliança Latinoamerica Sostenible organizou um painel que discutiu o papel dos governos locais em uma recuperação econômica verde, justa e resiliente a partir de estratégias como iniciativas de transporte, construção sustentável e eficiência energética.
Representando a aliança, a pesquisadora Violeta Rabi fez uma introdução sobre o porquê as propostas de recuperação econômica devem ser focadas nas cidades. “É urgente que as cidades estejam preparadas para as futuras crises e possam prevenir perdas econômicas, sociais e ambientais”, observou Rabi. “Essa ideia é ainda mais relevante na América Latina, uma das regiões mais urbanas do mundo.” Para ela, a recuperação econômica pós-pandemia é uma possibilidade única para buscar respostas aos problemas urbanos e elevar a qualidade de vida dos cidadãos.
A aliança Latinoamerica Sostenible trabalha com três pilares urbanos para uma recuperação justa e resiliente: eficiência energética de moradias e habitações, sistemas de transporte descarbonizados e infraestrutura e sistemas de energia renovável. “São inversões que impactam diretamente na qualidade de vida e também causam impacto na crise climática, além de poderem ser implementadas de maneira descentralizada.”
Secretário executivo do ICLEI América do Sul, Rodrigo Perpétuo foi um dos convidados para o debate, ao lado de Sergio Baeriswyl, presidente do Conselho de Desenvolvimento Urbano do Ministério da Habitação e Urbanismo (CNDU) do Chile, Lina Marcela Quinones e Javier Garduno.
Perpétuo acredita que os efeitos da pandemia no território trouxeram ao menos a consciência de que é preciso prover mecanismos de resiliência no planejamento das cidades, em todas as suas dimensões, e não somente para emergências. “A saída para a crise é a integração multinível entre os governos. O poder público tem que acessar suas redes de proteção social com vigor, tanto para pessoas como para empresas, para que não se aprofunde ainda mais o desemprego, além de investir em infraestrutura verde e aspectos relacionados à economia sustentável.”
Para ele, as cidades devem ter um papel de maior protagonismo nesta década, principalmente em relação à recuperação da biodiversidade, “através de normas de licenciamento e planos de ação que incorporem critérios de clima e biodiversidade e sejam mecanismos de integração da cidade com o meio ambiente e a natureza”.