por Rodrigo Perpétuo, secretário executivo do ICLEI América do Sul.
Desde que os governos locais e regionais foram reconhecidos oficialmente no Acordo de Paris, eles estão assumindo um papel mais central na conversa sobre mudanças climáticas. A representação dos governos locais e regionais na Conferência das Partes este ano é uma das mais robustas no histórico do evento, levando uma mensagem poderosa aos tomadores de decisão de que a ação multinível é essencial no enfrentamento às mudanças climáticas.
Será impossível cumprir os objetivos climáticos sem o compromisso e ações dos governos locais, essenciais para garantir que os efeitos das mudanças climáticas sejam enfrentados com as devidas políticas de saneamento, gestão de resíduos, mobilidade e transporte.
Iniciativas que já estão sendo implementadas no âmbito local – como soluções baseadas na natureza e economia circular – demonstram o enorme potencial benéfico da colaboração entre os atores de nível local e nacional e portanto a importância de serem incluídos nas discussões das NDCs.
Estamos vivendo um momento delicado de nossas democracias na América Latina e voltamos a enfrentar problemas antigos como o da desigualdade social, que nos últimos anos aumentou desafortunadamente. Por isso, pensar a agenda climática na região hoje é pensá-la integrada a agenda social e de defesa dos princípios dos direitos humanos e da democracia.