No último dia 7 de junho, o Estado de São Paulo, em parceria com o ICLEI América do Sul, sediou pela primeira vez no Brasil os “Diálogos Talanoa Cidades e Regiões”. O evento reuniu, na Secretaria do Estado do Meio Ambiente de São Paulo (SMA) autoridades dos três níveis de governo, representantes da sociedade civil e especialistas em mudanças do clima para dialogar sobre a importância da inclusão dos governos subnacionais na Estratégia Nacional de Implementação das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDC) e caminhos para aumento do nível de ambição climática no Brasil.
Os “Diálogos Talanoa Cidades Regiões” são espaços inclusivos e participativos de discussões climáticas com todos os níveis de governo e representam uma reação crescente, proativa e imediata dos governos locais e regionais ao chamado global sobre ação climática em todo o mundo. A plataforma é resultado da última Conferência das Partes (COP23) liderada pelas Ilhas Fiji realizada em Bonn, Alemanha, no final de 2017.
Além do Secretário de Meio Ambiente do Estado de São Paulo, Mauricio Brusadin, e do representante das Ilhas Fiji no Brasil, o Embaixador Cama Tuiloma, também participaram do evento a representante da Secretaria de Mudança do Clima e Florestas do Ministério do Meio Ambiente, Alexandra Maciel; o Embaixador e Subsecretário Geral de Meio Ambiente, Energia, Ciência e Tecnologia do Ministério de Relações Exterior, José Antônio Marcondes; o diretor-presidente da CETESB, Carlos Roberto dos Santos; o Secretário-Executivo do ICLEI América do Sul, Rodrigo Perpétuo; o coordenador executivo do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, Alfredo Sirkis, e o presidente da Associação Nacional de Órgãos Municipais de Meio Ambiente (ANAMMA), Rogério Meneses.
Segundo Mauricio Brusadin, com base nos resultados do evento, será enviada uma carta pelas entidades dos governos locais e estaduais ao Governo Federal, por meio do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas. O documento trará as recomendações recolhidas durante o evento, que permitirão maior engajamento destes atores na Governança Climática Brasileira e na Estratégia de Implementação e Financiamento da NDC Brasileira.
O encontro foi o terceiro a ser realizado na América do Sul – o primeiro foi sediado pela Área Metropolitana do Valle de Aburrá, na Colômbia, e o segundo em Quito, Equador – e representou o pontapé inicial no Brasil para a discussão da participação dos governos subnacionais na implementação da NDC brasileira, visando ampliar a ambição dos planos nacionais estabelecidos perante o Acordo de Paris. A realização dos três Diálogos Talanoa realizados na região esteve sob a liderança do Secretariado para América do Sul do ICLEI, que segue promovendo estes espaços.
Veja aqui o calendário dos próximos Diálogos de Talanoa.
Para o Secretário-Executivo do ICLEI América do Sul, Rodrigo Perpétuo, os Diálogos Talanoa de cidades e regiões são importantes para consolidar o reconhecimento internacional do papel do poder local nas discussões dos globais sobre sustentabilidade que estão em vigência.
“O formato de discussão que proporciona os Diálogos de Talanoa é de extrema importância, porque permite conversar com os setores da economia brasileira que mais produzem emissões e identificar melhores práticas que já estejam sendo desenvolvidas para assim conseguir atingir a meta Brasileira de reduzir 37% das emissões em 2025, com relação ao ano-base de 2005”, manifestou a Secretaria de Mudança do Clima e Florestas do Ministério do Meio Ambiente, Alexandra Maciel.
Durante o encontro, o Subsecretário Geral de Meio Ambiente, Energia, Ciência e Tecnologia do Ministério de Relações Exteriores, José Antônio Marcondes de Carvalho, anunciou que, após conversações com o Ministério do Meio Ambiente, o Governo Brasileiro promoverá um Diálogo Talanoa nacional de alto nível.