Desafio Global da Cidade Climática: 5 cidades selecionadas como líderes do clima

Os projetos têm como foco ações climáticas urbanas críticas

10 de dez de 2019

Foto: Luciano Ferreira/Prefeitura do Recife

*Notícia traduzida do site globalcovenantofmayors.org

Durante a COP25, cinco cidades ao redor do mundo foram selecionadas por seus projetos ambiciosos e transformadores de clima urbano com potencial para receber apoio técnico do Banco Europeu de Investimento (BEI) para sua realização. Os projetos têm como foco ações climáticas urbanas críticas, incluindo a melhoria da gestão de resíduos, a redução da poluição dos rios e dos oceanos, o transporte urbano sustentável, o esverdeamento de espaços urbanos e o aumento da resiliência urbana aos efeitos das mudanças climáticas.

 

As cidades Cotonou (Benin), Makindye (Uganda), Monastir (Tunísia), Jambi (Indonésia) e Recife (Brasil) são as selecionadas e agora se qualificam para a próxima fase do Global Climate City Challenge (GCCC), uma parceria entre o Pacto Global de prefeitos e do Banco Europeu de Investimento, endossado pela Comissão Europeia. Eles servem como modelos para a ação climática nos principais setores e cidades do Sul Global.

 

 

O Global Climate City Challenge foi lançado em setembro de 2018. Dos 140 projetos iniciais e das 100 cidades candidatas, estas cinco emergiram como pioneiras. Agora, especialistas em finanças urbanas e clima estão trabalhando com os municípios e seus parceiros para definir os detalhes das necessidades de seus projetos. Se bem-sucedidos, os projetos vão gerar importantes benefícios sociais e ambientais.

 

“A Comissão está fazendo do Acordo Verde Europeu sua prioridade número um”, disse Frans Timmermans, recém-nomeado Co-Presidente do GCoM e Vice-Presidente Executivo da Comissão Europeia para o Acordo Verde Europeu. “A Comissão Europeia tem orgulho de apoiar este passo na aceleração da ação climática local, não apenas na Europa, mas em todo o mundo”, disse ele.

 

O presidente do BEI, Werner Hoyer, disse: “As cidades precisam de apoio para lançar seus projetos climáticos e, à medida que fortalecemos nosso papel como banco climático da UE, nós do BEI precisamos de ótimos modelos. A esse respeito, o Global Climate City Challenge, nossa parceria com o GCOM, é imensamente importante. Ela mostra líderes climáticos, como os 5 anunciados, mas também ajuda a identificar o que é realmente necessário localmente para tornar os projetos lucrativos, melhorar a vida da população local e combater das Alterações Climáticas”.

 

O ex-prefeito da cidade de Nova York e co-presidente e co-fundador do GCoM Michael R. Bloomberg disse: “Existem mais de 10.000 cidades no Pacto Global de Prefeitos, e juntas elas abrigam um grande número de idéias promissoras. O Global Climate City Challenge ajudará a transformar as melhores idéias em políticas reais que melhoram a vida das pessoas – e se espalham de cidade em cidade”.

 

Geraldo Julio, presidente do Comitê Executivo Regional da América do Sul do ICLEI e prefeito de Recife, Brasil, ressaltou a motivação em em se trabalhar com a assistência técnica para acelerar a agenda climática em Recife e também para inspirar outros governos locais em toda a região. Ele também pontuou a importância da cidade estar entre as 5 selecionadas: “O reconhecimento de Recife pelo BEI e pelo GCoM, entre centenas de projetos de todo o mundo, ocorre em um momento muito especial, após sediar a Conferência Brasileira do Clima e declarar oficialmente a emergência climática global”.

 

Mondher Marzouk, prefeito de Monastir, Tunísia, disse: “Não temos escassez de idéias em nosso plano de ação climática, mas o acesso ao financiamento é fundamental para fazer com que os projetos sejam colocados em prática. A hora de ser ambicioso na ação climática urbana é agora – e nós, em Monastir, estamos prontos para agir”.

 

 

Mais sobre os projetos:

 

 

Cotonou, Benin, está se esforçando para melhorar sua infraestrutura de gerenciamento de resíduos e melhorar os processos de reciclagem e coleta, promovendo a criação de empregos verdes e o empreendedorismo no setor e reduzindo a quantidade de descarte de plástico em sua lagoa costeira.

 

Makindye, Uganda, lidera um consórcio de 4 municípios da região da Grande Kampala e está desenvolvendo um programa abrangente de ação climática focado principalmente no gerenciamento integrado de resíduos, mas incluindo também eficiência energética e áreas verdes urbanas.

 

Monastir, Tunísia, está procurando maneiras de integrar soluções baseadas na natureza para aumentar a resiliência da cidade, em particular na área costeira, que é particularmente vulnerável aos impactos das mudanças climáticas.

 

Recife, Brasil, foca na reabilitação e expansão de um parque urbano existente ao longo de uma margem do rio para melhorar a mobilidade sustentável, reduzir o risco de inundações e o impacto das ondas de calor, além de contribuir para o seqüestro de carbono.

 

Jambi, na Indonésia, está procurando maneiras de melhorar seu congestionamento de tráfego de maneira amigável ao clima, por exemplo, com a introdução de ônibus elétricos.

 

O GCCC faz parte de uma abordagem estratégica geral para ajudar as cidades a realizar sua ambição de ação climática. O desafio do GCCC revelou uma necessidade maior de apoio a projetos em estágio inicial para que as cidades definam seus projetos de ação climática e os tirem do papel.

 

Isso ilustra exatamente por que existe a necessidade de abertura do Fundo de Ação Climática para Cidades (Cities Climate Finance Gap Fund), do BEI, que fornecerá financiamento para preparar estudos de pré-viabilidade e outros apoios nos estágios iniciais da preparação do projeto.

 

 

O novo Fundo de Ação Climática para Cidades foi anunciado como parte da iniciativa Liderança no Investimento no Clima Urbano (LUCI), lançada em setembro na Cúpula de Ação Climática das Nações Unidas em Nova York, pelo Presidente do BEI, Hoyer. O Fundo de Ação Climática para Cidades é co-financiado pela Alemanha e Luxemburgo e é co-desenvolvido com o GCOM.

 

 


Contexto adicional:

Os 5 projetos atualmente em análise se beneficiarão de um trabalho preliminar de escopo antes que o suporte técnico possa ser implementado.

 

Sobre o Banco Europeu de Investimento (BEI)
Ativo em cerca de 160 países ao redor do mundo, o Banco Europeu de Investimento (BEI) é a instituição de empréstimos de longo prazo da União Europeia e pertence aos Estados-Membros da UE. Disponibiliza financiamento a longo prazo para investimentos sólidos, a fim de contribuir para os objetivos políticos da UE, tanto na Europa como fora dela. O Grupo BEI terá como objetivo apoiar 1 trilhão de euros em investimentos em ação climática e sustentabilidade ambiental na década crítica de 2021 a 2030. Além disso, o Grupo BEI alinhará todas as suas atividades de financiamento com os princípios e objetivos do acordo de Paris pelo final de 2020.

 

Sobre o Pacto Global de Prefeitos pelo Clima e Energia (GCoM)
O GCoM é a maior aliança global para a liderança climática das cidades, unindo uma coalizão global de mais de 10.000 cidades e governos locais. Em junho de 2016, a Bloomberg Philanthropies e a Comissão Europeia, sob a liderança do vice-presidente Maroš Šefčovič, formaram o Pacto Global de Prefeitos pelo Clima e Energia. As cidades e os parceiros do GCoM compartilham uma visão de longo prazo de apoio a ações voluntárias para combater as mudanças climáticas e para uma sociedade resiliente e de baixa emissão.

 

 

O GCoM atende cidades e governos locais, mobilizando e apoiando ações ambiciosas, mensuráveis ​​e planejadas sobre clima e energia em suas comunidades, trabalhando com redes de cidades / regiões, governos nacionais e outros parceiros para alcançar nossa visão. Liderada hoje por Michael R. Bloomberg e pelo vice-presidente executivo da Comissão Europeia, Frans Timmermans, a coalizão compreende cidades de 6 continentes e 132 países, representando mais de 800 milhões de pessoas ou 10% da população global.