O aumento gradativo da insegurança alimentar e nutricional em todo o mundo exige cada vez mais que as lideranças mundiais se posicionem frente a alternativas e iniciativas que promovam uma dieta saudável para as atuais e futuras gerações.
Segundo o Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, realizado pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan), os últimos meses de 2020 mostraram que 19 milhões de brasileiros passaram fome, contribuindo para que mais da metade de domicílios ao redor do país enfrentasse algum grau de insegurança alimentar.
Para reverter os dados alarmantes, é fundamental fortalecer o potencial das cidades na temática, enquanto agentes de transformação positiva dos sistemas alimentares. No entanto, promover ações que garantam uma alimentação sustentável aos seus habitantes pode ser um grande desafio, especialmente quando aliada ao rápido crescimento de seus territórios.
Em diálogo com essa temática, um dos caminhos que o ICLEI América do Sul assume para conquistar a sustentabilidade dos territórios associados à Rede é o caminho de desenvolvimento circular. Por meio de ações que fortalecem este eixo, é possível incentivar que associados da Rede ICLEI constituam novos modelos de produção e consumo para formar sociedades sustentáveis que usam recursos recicláveis, compartilháveis e reabastecedores para acabar com o modelo linear de produzir, consumir e descartar.
Assim, pensando em apoiar governos locais a transformarem os sistemas alimentares e estimular o desenvolvimento local, o LUPPA – Laboratório Urbano de Políticas Públicas Alimentares lançou um edital para anunciar a primeira edição de seu programa. Criado pelo Instituto Comida do Amanhã, em parceria com o ICLEI América do Sul, a iniciativa promove uma plataforma colaborativa voltada para governos municipais, que tem como objetivo incentivar a troca de experiências entre prefeitas e prefeitos, com o intuito de apoiá-los(as) no desenvolvimento e aperfeiçoamento de suas rotas em busca da construção da Política de Segurança Alimentar e Nutricional.
Cidades selecionadas
Nesta primeira edição, foram selecionadas 23 cidades, de 13 estados brasileiros, para participar da comunidade LUPPA. Os territórios têm população de até 1 milhão e 500 mil habitantes. Confira:
Alvarães – Amazonas
Anchieta – Santa Catarina
Araraquara – São Paulo
Belém – Pará
Bragança – Pará
Brejo da Madre de Deus – Pernambuco
Caruaru – Pernambuco
Contagem – Minas Gerais
Florianópolis – Santa Catarina
Jataúba – Pernambuco
João Pessoa – Paraíba
Lajedo – Pernambuco
Maracanaú – Ceará
Natal – Rio Grande do Norte
Niterói – Rio de Janeiro
Petrolina – Pernambuco
Porto Alegre – Rio Grande do Sul
Rio Branco – Acre
Rio Claro – São Paulo
Sobral – Ceará
Santarém – Pará
Teresina – Piauí
Vitória do Xingu – Pará
Cidades mentoras
Além das cidades de até 1,5 milhão de habitantes comprometidas em avançar com o desenvolvimento das políticas públicas relacionadas aos sistemas alimentares, foram selecionados governos locais que já contam com políticas consolidadas nesta temática. Neste sentido, Belo Horizonte, Curitiba e Recife atuarão como “cidades mentoras”, compartilhando experiências, ferramentas e referências que auxiliarão as demais em sua jornada de desenvolvimento sustentável.
Parcerias
O LUPPA terá como parceiras técnicas e institucionais a Associação Mercy For Animals Brasil – Programa Alimentação Consciente Brasil; Humane Society International e o Grupo de estudos, pesquisas e práticas em ambiente alimentar e saúde da Universidade Federal de Minas Gerais – GEPPAAS/UFMG.
Com esse grupo de organizações, o LUPPA busca ampliar o número de cidades brasileiras que elaboram políticas estratégicas e integradas para a alimentação, bem como aumentar o conhecimento geral sobre políticas locais para os sistemas alimentares. Assim, o Laboratório Urbano de Políticas Públicas Alimentares reunirá representantes de prefeituras brasileiras para debater e dialogar sobre os desafios das cidades; compartilhar experiências e desafios locais e aprender sobre temáticas e processos que fazem parte da construção dos sistemas alimentares sustentáveis e justos para as pessoas e o planeta.
Próximos passos
A 1ª edição do LUPPA – Laboratório Urbano de Políticas Públicas Alimentares terá atividades entre o segundo semestre de 2021 e fevereiro de 2022, seguidas de encontros virtuais com as cidades participantes. Confira algumas das atividades:
- LUPPA Web:
A série de 5 webinars abertos ao público em geral debaterão os principais temas e desafios contemporâneos para a formação dos sistemas alimentares urbanos. Os webinars já começaram e estão disponíveis no site do Comida do Amanhã para serem vistos a qualquer momento.
- LUPPA Lab:
A 1ª edição do LUPPA se completa com a realização do LUPPA LAB, um programa voltado para gestores públicos e representantes da sociedade civil organizada de cidades brasileiras com população de até 1 milhão e 500 mil habitantes que desejam fortalecer sistemas alimentares saudáveis e resilientes. Por meio de workshops, mesas-redondas, desafios e diálogos imersivos, o LUPPA Lab reunirá diferentes cidades brasileiras para trocar experiências sobre os desafios encontrados na construção de sistemas alimentares saudáveis e sustentáveis.
O LUPPA LAB terá início em novembro de 2021 e, ainda no 1º trimestre de 2022, serão divulgados os resultados do 1º LAB e definido o cronograma de 2022.
Saiba mais em: luppa.comidadoamanha.org