Brasil e Reino Unido trocam conhecimento sobre Cidades Inteligentes

A missão ocorreu no âmbito dos Projetos Climate Smart Cities e Soluções Inovadoras para Esgotamento Sanitário

22 de set de 2015

Estação de Tratamento de Águas Residuais (Esholt Waste Water Treatment Work)

Entre os dias 13 e 19 de setembro, representantes das cidades de Fortaleza, Recife, Sorocaba e da Assembleia Estadual de Minas Gerais estiveram no Reino Unido para participar de uma visita de intercâmbio técnico organizada pelo ICLEI América do Sul e a Universidade de Leeds. A missão ocorreu no âmbito dos Projetos Climate Smart Cities e Soluções Inovadoras para Esgotamento Sanitário, ambos implementados pelo ICLEI, com apoio financeiro do Prosperity Fund da Embaixada Britânica em Brasília.

 

A proposta da visita técnica foi gerar uma troca de conhecimento sobre as tecnologias britânicas utilizadas na aplicação do conceito de Cidades Inteligentes no Brasil com foco em desenvolvimento urbano de baixo carbono.

 

Após uma série de análises econômicas sobre alternativas de mitigação elaboradas pela Universidade de Leeds para as cidades do Recife, Fortaleza e Sorocaba, o ICLEI vem trabalhando para viabilizar ações que reduzam as emissões de gases de efeito estufa e promovam tecnologias de baixo carbono nessas cidades.

 

 

Ao longo desse processo, o ICLEI também iniciou uma parceria com a cidade de São Bernardo do Campo, por meio do projeto Soluções Inovadoras para Esgotamento Sanitário. Muitos Municípios brasileiros vem demonstrando bastante interesse no tema de saneamento, considerado um dos eixos fundamentais para tornar-se uma cidade inteligente.

 

Os representantes da delegação brasileira tiveram a oportunidade de presenciar como as cidades britânicas tem abordado esse tema por meio de agências de desenvolvimento, aplicações de tecnologia e modelos de financiamento. Na Cidade de Leeds, primeiro lugar visitado, os participantes tiveram um exemplo específico de como promover uma economia verde. Com a criação do Leeds Enterprise Partnership (LEP), iniciativa que fornece apoio e financiamento através de parcerias entre o setor público e privado, a Cidade conseguiu criar mais de 39 mil empregos na área ambiental e de baixo carbono. E através do programa Energy Accelerator, que faz parte do LEP, a cidade também promove a redução de emissões de carbono poluente, aproveitando-se de inovações em energia renovável para gerar novos empregos e o crescimento econômico. O programa também possibilita um maior controle sobre o desenvolvimento e a implementação de energia.

 

 

O Deputado do Estado de Minas Gerais, Arnaldo Silva Júnior, destacou para Melaine Taylor, Chefe de Economia Verde da Cidade de Leeds, que o foco de Leeds em fontes alternativas de energia, motivado pelo setor representar 67% das emissões de GEE, sofre uma barreira no cenário brasileiro. Com regras diferenciadas no setor de energia, regulado pela ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), o Deputado Silva Jr. acredita que uma das alternativas seria pensar em termos, não apenas de implementação municipal, mas tentar encontrar meandros para estabelecer novas oportunidades de produção local.

 

Já o Diretor de Operações Técnicas da Empresa Municipal Parque Tecnológico de Sorocaba, Vidal Dias Mota Junior questionou sobre a ausência de iniciativas no setor de transporte, uma das prioridades entre as cidades brasileiras. Melaine Taylor destacou que medidas neste setor sempre tiveram foco de investimentos nos grandes centros do país, como Londres, mas que há algum tempo vem sendo trabalhadas em outras regiões do Reino Unido.

 

Ainda na região metropolitana de Leeds, a delegação visitou a Estação de Tratamento de Águas Residuais (Esholt Waste Water Treatment Work), que atende aproximadamente 760.000 pessoas em Bradford e North Leeds, no condado de Yorkshire. Um dos destaques dessa visita, comentado entre os participantes, foi o processo de transformação de águas residuais em energia, iniciativa que a Cidade de São Bernardo vem buscando implementar por meio do Projeto Soluções Inovadoras para Esgotamento Sanitário. O Secretário Adjunto de Serviços Urbanos da Cidade, Flávio Souto Casarini, ressaltou que o Brasil apresenta um contexto similar em relação às estações de tratamento já utilizadas aqui, mas a conversão em energia e o uso do THP são pontos interessantes que se diferenciam e poderiam ser aplicados ao contexto nacional.

 

[Leia mais]