Belo Horizonte, Recife e Rio de Janeiro são as finalistas do Desafio das Cidades no Brasil

Pelo terceiro ano consecutivo a competição chega ao Brasil, que hoje anuncia seus três finalistas

18 de mar de 2016

Belo Horizonte tenta o tri no Desafio das Cidades da Hora do Planeta. © Divulgação/WWF

Amanhã, dia 19 de março, luzes em todos os continentes serão apagadas durante 60 minutos ininterruptos. Trata-se de um recado importante: é preciso agir agora para evitar as consequências mais drásticas das mudanças climáticas, além de garantir um futuro saudável e neutro em carbono. No âmbito desse projeto, o WWF criou o Desafio das Cidades com a intenção de premiar as cidades com mais ações e metas concretas de combate ao aquecimento global. Pelo terceiro ano consecutivo a competição chega ao Brasil, que hoje anuncia seus três finalistas: Belo HorizonteRecife e Rio de Janeiro.

Assim como Betim, Campinas, Fortaleza, Porto Alegre, São Paulo e Sorocaba (as outras concorrentes do biênio 2015/2016), as capitais de Minas, Pernambuco e Rio reportaram suas ações na Plataforma de Registro Climático carbonn, gerido pelo ICLEI (parceiro do WWF no Desafio) ao lado do C40 (grupo de Grandes Cidades para a Liderança Climática) e CGLU. A partir dessa relatoria, um júri internacional analisou os esforços de cada cidade e, após auditoria terceirizada da Accenture, as finalistas de cada país foram conhecidas.

Agora, há três eleições a caminho: na primeira, uma cidade de cada país será nomeada pelo mesmo júri a Capital Nacional da Hora do Planeta; na segunda, estas concorrem ao título de Capital Global da Hora do Planeta, o maior símbolo rumo a uma economia de baixo carbono em 2015/2016; na terceira, a população é convidada a votar em sua cidade preferida e a solicitar mudanças na plataforma online Nós Amamos as Cidades (We Love Cities, na sigla em inglês).

De acordo com o júri, Belo Horizonte, que luta pelo tricampeonato no Desafio, “tem forte foco em inovação e envolvimento público nos seus esforços de baixo carbono”. Recife, pela primeira vez entre os três primeiros, por sua vez, “está orientado a estabelecer práticas de desenvolvimento sustentável e a tomar ações para reduzir o nível de emissões da sua comunidade”. Já o Rio, em ano de Olimpíadas, permanece com sua “forte liderança climática”, que o ajudou “desenvolver um approach concreto e estratégico rumo à sustentabilidade”.

“As cidades são espaços perfeitos para o desenvolvimento de uma economia de baixo carbono; porque são muito dinâmicas e responsivas, as boas (e as más) políticas públicas apresentam resultados muito rapidamente. Nesse sentido, o Desafio das Cidades tem trazido importantes aprendizados para municípios do mundo todo. Agora, é hora de ver como a competição saudável entre os participantes pode, além de demonstrar a viabilidade de desenvolvimento econômico social e ambientalmente responsável, mudar a vida dos cidadãos”, disse o Secretário-geral do WWF-Brasil, Carlos Nomoto.

O momento é propício para que as cidades se consolidem como exemplo nos esforços de redução de emissões, adaptação e mitigação às mudanças climáticas. Isso porque, em dezembro de 2015, o Acordo de Paris, aprovado em plenária por unanimidade durante a COP21, reconheceu a importância dos governos locais como atores essenciais para implementação de ações transformadoras no ambiente urbano.

“Nosso foco agora deve se voltar para a agenda de implementação. As cidades finalistas desta edição do Desafio trazem importante inspiração e demonstram que é possível e integrar a visão de baixo carbono aos processos de desenvolvimento, melhorando com isso a qualidade de vida dos cidadãos e atraindo investimentos” disse Pedro Roberto Jacobi, Presidente do Secretariado para América do Sul do ICLEI – Governos Locais pela Sustentabilidade.

 

Conheça, abaixo, as principais medidas de cada cidade finalista no Desafio, em ordem alfabética:

Belo Horizonte

Capital de Minas Gerais, Belo Horizonte venceu as duas últimas edições do Desafio das Cidades, e chega a mais um final em 2015/2016. Líder em energias renováveis no país, considerada a capital solar, BH tem iniciativas como um telhado solar no Mineirão, principal estádio de futebol da cidade e sede da Copa do Mundo FIFA 2014, e lei que determina o uso de placas para captação de energia do sol em novas construções. No que diz respeito ao manejo dos resíduos sólidos, a prefeitura tem demonstrado bons avanços em compostagem e geração de eletricidade, além de reciclagem junto à comunidade.

“Quando ganhamos a etapa nacional da 1ª Edição do Desafio das Cidades da Hora do Planeta, em 2014, o júri internacional que nos avaliou considerou haver um sincero comprometimento de Belo Horizonte para a criação de Cidades Sustentáveis. Estar, novamente, entre os finalistas neste ano, após a celebração do histórico Acordo de Paris, é um forte sinal de que estamos no bom caminho. Esse é um motivo de celebração e alegria. Mas sabemos que há ainda muito a fazer. Por isso, reafirmo aqui nosso compromisso em seguir adiante para que Belo Horizonte seja uma cidade de Baixo Carbono”, afirmou o prefeito Marcio Lacerda.

Recife

Pela primeira vez entre os finalistas do Desafio das Cidades, e a primeira cidade fora do sudeste a atingir tal mérito, Recife caminha a passos largos para desenvolver práticas sustentáveis em escala e mitigar os efeitos das mudanças climáticas. Para isso, está desenvolvendo um sistema de Bus Rapid Transit (BRT) para reduzir o tempo de viagem da população em até três horas, o que melhora a qualidade de vida e diminui as emissões de carbono. Um plano de mobilidade, que une bicicletas, caronas e transportes aquáticos também está em estudo, assim como guias específicos para o manejo de resíduos sólidos.

“Assumimos o compromisso de enfrentar as questões climáticas e direcionar o Recife para ser uma cidade sustentável. Agora, o Recife conta com um conjunto de leis sobre as mudanças climáticas; inventários e um plano de ação com metas para reduzir a emissões de gases de efeito estufa, além de projetos inovadores, como o Parque Capibaribe que une mobilidade e ambiente natural. A indicação como finalista do Desafio das Cidades é o reconhecimento de todo esse trabalho realizado e uma oportunidade de compartilharmos experiências e unirmos esforços junto a outras cidades para mudar o cenário do aquecimento global. Afinal, os centros urbanos têm um papel fundamental neste debate”, disse o prefeito Geraldo Julio.

Rio de Janeiro

Em ano de Olimpíadas, com todos os olhos do mundo voltados em sua direção, a capital Fluminense mantém a forte liderança quando o assunto é sustentabilidade e ações para alcançar um desenvolvimento de baixo carbono. Atualmente, está em fase de ampliação do metrô, de seu sistema de Bus Rapid Transit (BRT) e criação de novas ciclovias, como a já inaugurada Tim Maia, que liga o Leblon a São Conrado pela Avenida Niemeyer.

A prefeitura enviou uma série de medidas adotadas, como o Projeto Escolas Sustentáveis na rede pública de educação da cidade, “utilizando energias renováveis, equipamentos sustentáveis e um sistema de conscientização e treinamento com alunos, professores e a comunidade sobre a importância das mudanças climáticas e da sustentabilidade”. Esse projeto foi apresentado durante a COP de Paris. O Rio de Janeiro também criou o CB27 durante a Rio+20, e hoje é sua sede. O objetivo do grupo é disseminar conceitos e práticas sustentáveis associadas à redução das emissões de GEE.

 

Por WWF Brasil

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