A Prefeitura de Sorocaba apresentou, na manhã de quarta-feira (14), o resultado do Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa da cidade. O estudo analisou as fontes de emissão de dióxido de carbono (CO2), óxido nitroso (N2O) e metano (CH4) nas atividades produtivas no Município e a quantidade de gases que foi lançada na atmosfera entre 2002 e 2012. O sorocabano emite 1,57 toneladas de CO2 equivalente por ano. Outro dado apresentado é que o setor de energia é responsável pela emissão de 75,67% dos gases de efeito estufa (GEE) na cidade.
Realizado pela Secretaria do Meio Ambiente (Sema), o inventário foi elaborado pela empresa In Natura Tecnologia e Soluções Ambientais Ltda. ME e envolveu dados referentes aos anos de 2002 a 2012 e a sua projeção para 10 e 15 anos, conforme as metodologias preconizadas pelo Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) e de acordo com normas como ABNT, NBR, ISO 14064 e suas partes. No Brasil, algumas cidades já realizaram esse inventário, como São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte (MG) e Betim (MG).
“Esse inventário é muito importante e parte fundamental do compromisso de Sorocaba dentro dos esforços no combate às mudanças climáticas e a economia de baixo carbono. Conter as emissões é uma tarefa indispensável”, destacou a secretária do Meio Ambiente, Jussara de Lima Carvalho. “Na sequência, o nosso objetivo será identificar as estratégias capazes de contribuir no combate às mudanças climáticas, seja na diminuição das emissões de gases ou por medidas mitigatórias”, explica.
Além da Política Municipal de Mudanças Climáticas, que será elaborado e deve ser entregue em setembro de 2014, também será produzido o Plano de Ação Climática Municipal e o Relatório de Mitigação de Emissões de Gases de Efeito Estufa.
O estudo enfocou as seguintes fontes emissoras: energia (combustão móvel, combustão estacionária e energia elétrica); resíduos (disposição de resíduos e tratamento de efluentes); agricultura; floresta e uso do solo; administração pública; entre outras fontes emissoras.
De acordo com Jussara de Lima Carvalho, o Urban LEDS é uma das principais ações desenvolvidas pela Administração Municipal nessa questão. Criado pela ONU-Habitat e a Comissão Europeia e que tem o ICLEI – Governos Locais pela Sustentabilidade como principal implementador, o projeto tem como objetivo programar ações que ajudem a diminuir a produção de gases causadores do efeito estufa em áreas urbanas do Município, com destaque aos emitidos para a produção e consumo de energia, transporte e construções de infraestruturas urbanas, levando em consideração a redução da pobreza e a inclusão social. Sorocaba foi um dos oito municípios brasileiros escolhidos para participar do projeto.
Os dados de Sorocaba
Entre 2002 e 2012, foram gerados 9.315.863 toneladas de CO2 equivalente em Sorocaba. De modo geral, a cada 1 tonelada de CO2e emitida é necessário o plantio de cinco árvores. Para compensar a emissão do Município nesse período é necessário o plantio de 1.863.173 mudas de árvores.
Conforme a Sema, para isso, o Plano Municipal de Arborização Urbana será adaptado, já que o seu planejamento foi feito com base na cobertura vegetal e foi previsto o plantio de 1.098.627 árvores na área urbana de Sorocaba até 2020.
O processo de compensação do carbono, também chamado de sequestro de carbono, é uma tentativa de compensar a emissão do CO2 por meio do plantio de mudas de árvores, que alocam o carbono em sua biomassa, por meio da fotossíntese. Daí a importância de se utilizar mudas, pois a alocação do carbono ocorre, principalmente, durante o crescimento. “Não conseguimos neutralizar imediatamente o carbono, isso acontece ao longo de vários anos. E é importante salientar que cada espécie de árvore tem sua especificidade em relação ao quanto consegue absorver e alocar”, explica Jussara.
Dentre os setores analisados no Município, o setor de Energia é o que mais emite (75,67%), sendo combustão móvel (52,9%), combustão estacionária (15,1%) e energia elétrica (7,6%). Outro setor analisado pelo estudo foi o de Resíduos (22%), sendo 19,9% de disposição de resíduos e 2,1% de tratamento de efluentes. Por último ficou o setor de Agricultura, Floresta e Uso do Solo (2,3%), sendo a maior parte emitida pela fermentação entérica dos rebanhos.
Com isso, o setor de combustão móvel é um dos principais responsáveis pela emissão de GEE. Isto pode ser explicado pelo grande volume de veículos existentes na cidade, que consome grandes quantidades de combustível.
“A arborização é muito importante, mas plantio de árvores não será o único mecanismo para fazer essa mitigação, temos que diminuir a geração de resíduos, combater as queimadas e temos também o Plano Municipal de Mobilidade Urbana, que está na Câmara de Sorocaba para apreciação, para diminuir essas emissões”, ressaltou a secretária, citando a implantação e operação do BRT – Ônibus Rápido em Sorocaba e o estímulo à utilização da bicicleta para locomoção dos munícipes para assim diminuir a poluição gerada pelos veículos.
O estudo também analisou as emissões da Prefeitura de Sorocaba. O consumo de energia elétrica foi responsável pela emissão de 17.593 toneladas de CO2 equivalente entre 2002 e 2012. A representatividade destas emissões é de 2,5% em relação ao total de emissões provenientes do consumo de energia elétrica do município.
Na combustão móvel, o poder público municipal emitiu entre 2002 e 2009 cerca de 18.000 toneladas de CO2 equivalente. Portanto, para compensar a emissão das atividades da Prefeitura no período levantado, é necessário o plantio de 7.119 mudas de árvores.
O inventário estará disponível no site da Secretaria do Meio Ambiente (www.meioambientesorocaba.com.br) a partir desta quinta-feira (15).
Fonte: Prefeitura de Sorocaba