O segundo dia de atividades da 6ª Greenbuilding Brasil – Conferência Internacional e Expo, nesta quarta-feira, dia 12, trouxe ao público temas importantes para o desenvolvimento do mercado de construção verde no Brasil. O principal deles foi a discussão sobre a dimensão ambiental na proposta de revisão do zoneamento de solo na cidade de São Paulo – que determina as formas de uso do solo da cidade – e seus reflexos em todo o setor.
A revisão de zoneamento é um assunto discutido há anos pela prefeitura de São Paulo, inclusive, consta como um dos pontos que integram o novo plano diretor da cidade, aprovado em 2014. Para falar sobre esses temas estiveram presentes o representante da Secretaria Municipal e Desenvolvimento Urbano (SMDU), Daniel Todtmann Montandon; os vereadores, Gilberto Natalini, Ricardo Young e Paulo Frange – que é o autor do Projeto de Lei de Zoneamento.
De acordo com Paulo Frange, a participação da população em audiências públicas tem sido fundamental para promover o aprimoramento da lei. “Para nós é uma grande satisfação poder desenvolver um projeto que tem como objetivo melhorar a vida das pessoas e o ambiente em que vivemos”, afirma Frange, que está em seu quinto mandato como vereador da cidade.
Entre os pontos previstos no projeto de lei que contribuem de forma direta com o aumento da sustentabilidade estão a quota ambiental, incentivo fiscal mediante o desconto na contrapartida da outorga onerosa, certificação, Zona Eixo de Estruturação da Transformação Urbana Previsto (ZEUP), Zona Eixo de Estruturação da Transformação Urbana (ZEU), Zona de Preservação e Desenvolvimento Sustentável (ZPDS) e Zona Especial de Preservação Ambiental. Confira a lista completa aqui.
Outro tema debatido ao longo da programação foi a utilização da madeira responsável na construção civil. A palestra foi desenvolvida pelo FSC Brasil para promover uma reflexão sobre o uso responsável da madeira nos canteiros de obras. Participaram da palestra Marco Lentini, cordenador do Programa Amzônia do WWF-Brasil; a consultora do FSC-Brasil, Carolina Graça; e o representante do Centro de Tecnologia e Edificação (CTE), Renato Salgado.
Na oportunidade, eles falaram sobre os caminhos que a sociedade precisa seguir para aumentar a responsabilidade em relação à exploração e a comercialização da madeira. Ao final da palestra, saíram algumas ideias que poderão ser lapidadas e adotadas em larga escala pelo setor da construção civil brasileiro, como o ordenamento fundiário nas terras da Amazônia, formações de blocos de produção florestal por mecanismos institucionais, além de acordos e compromissos corporativos do setor florestal.
As sessões educacionais também abordaram ao longo do dia temas importantes como a coleta de resíduos sólidos em zonas urbanas; o processo de certificação de edifícios residenciais no Brasil; LEED versão 4 e a preparação da indústria para atender a esta nova demanda; análise de microclima para conforto ambiental em espaços urbanos abertos; estratégias e soluções LEED para diferentes tipos de construção e setores do mercado.