IPCC dará foco especial para as Cidades

O resultado desta sessão tem implicações importantes para futuras colaborações entre cidades, estados e o IPCC e para o avanço do conhecimento científico

15 de abr de 2016

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 A bem sucedida campanha #CitiesIPCC (#CidadesIPCC) realizada por redes de cidades e atores do espaço urbano resultou na decisão do IPCC em dar foco especial para as cidades em seu programa de trabalho em direção a 2028. Com base no sucesso da COP21, esta decisão contribui para o engajamento das cidades no combate às mudanças climáticas e proporciona novas oportunidades de colaboração entre municípios, estados e a comunidade científica internacional.

 

A 43ª sessão do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) foi realizada esta semana em Nairóbi para decidir a estratégia e o cronograma do Sexto Relatório de Avaliação (AR6). O resultado desta sessão tem implicações importantes para futuras colaborações entre cidades, estados e o IPCC e para o avanço do conhecimento científico sobre clima, política e liderança a nível local, nacional e global.

 

O IPCC atende às chamadas de redes de cidades e atores do espaço urbano ao decidir dar especial atenção aos impactos das mudanças climáticas nas cidades, e seus desafios e oportunidades de mitigação e adaptação. Este foco estará presente em todos os processos do Sexto Relatório de Avaliação (AR6), incluindo o relatório principal de avaliação, o resumo para gestores políticos, a síntese do relatório e os três Relatórios Especiais AR6. Os processos do AR6 também darão atenção especial para o engajamento de profissionais que trabalham o espaço urbano.

 

O IPCC também decidiu que um relatório especial sobre Cidades e Mudanças Climáticas e será incluído no Sétimo Relatório de Avaliação AR7 (2023-2028) e que irá realizar uma Conferência Científica Internacional sobre o tema no início do ciclo AR6. O Relatório Especial servirá para esclarecer o potencial de governança, político, e instrumentos financeiros para apoiar ações de mitigação e adaptação em áreas urbanas, onde vive mais de metade da população mundial e é gerada 70% energia global.

 

“Estes resultados representam uma conquista significativa para as cidades, com base nos sucesso da ODS Urbano e na decisão da COP21. Eles proporcionam grandes oportunidades para o aumento das evidências científicas sobre cidades e as mudanças climáticas, a fim de permitir uma melhor formulação de políticas climáticas a nível local”, comentou Debra Roberts, Vice Diretora e Chefe de Resiliência do Município de Ethekwini (Durban), África do Sul, e Co-Presidente do Grupo de Trabalho II do IPCC.

 

A campanha #CitiesIPCC foi lançado pelo C40, ICLEI e CGLU em março de 2016 e endossada por mais de 25 atores urbanos em todo o mundo. Muitas cidades buscaram seus governos nacionais diretamente, encorajando-os a votar por um Relatório Especial sobre Cidades e Mudanças Climáticas, criando um forte apoio global para o reconhecimento de cidades pela comunidade científica internacional. A resposta e o apoio do governo da África do Sul, membro dos estados do IPCC, grupos de trabalho e co-presidentes também foi, sem dúvida, essencial para este resultado. As três principais redes de cidades C40, ICLEI e CGLU comentaram de forma muito positiva a decisão:

 

“A 43ª Sessão do IPCC foi uma oportunidade para construir sobre o momentum criado na COP21 e reconhecer ainda mais o papel das cidades no combate às mudanças climáticas e elas não decepcionaram”, disse Mark Watts, Diretor Executivo da C40. “Haverá um forte foco em cidades em todos os painéis de trabalho ao longo dos próximos sete anos e a criação de um Relatório Especial do IPCC sobre Cidades e Mudanças Climáticas para o próximo ciclo de relato, que é um grande resultado para as cidades. As Cidades do C40 estão ansiosas para trabalhar com a comunidade científica à medida que desenvolvemos a base de evidências que irá apoiar o relatório especial sobre Cidades e Mudanças Climáticas”.

 

Gino Van Begin, Secretário Geral do ICLEI, declarou: “A medida que as cidades avançam em relação aos objetivos do Acordo de Paris, é essencial que seu trabalho seja apoiado por análises científicas rigorosas. Até agora, as cidades tiveram de inferir o significado dos resultados científicos gerais e aplicá-los ao nível local. Ao abordar as particularidades das cidades em relação às mudanças climáticas, o Relatório Especial do IPCC vai ajudar governos locais e subnacionais no desenvolvimento de estratégias eficazes de mitigação e adaptação”.

 

“A CGLU celebra a decisão da elaboração de um relatório do IPCC sobre Cidades e Mudanças Climáticas”, acrescentou Josep Roig, Secretário Geral da CGLU. “Estamos orgulhosos da colaboração entre as redes internacionais de governos locais e seus parceiros, inclusive dentro do Grupo de Trabalho Global, que levou a este passo importante. O relatório especial vai destacar o impacto que as mudanças climáticas já estão causando nas cidades e ajudar governos locais a implementar as medidas ambientais do ‘2030’ e das Agendas Habitat III. Esperamos manter esse ímpeto de colaboração na preparação para a Conferência Habitat III e a adoção da Nova Agenda Urbana em Quito em Outubro.”

 

Os eventos em Nairóbi esta semana mostram, mais uma vez, que os próximos sete anos serão cruciais no combate às mudanças climáticas. Existe agora uma janela única de oportunidades para lançar a pesquisa científica que irá compor o Relatório Especial do IPCC sobre Cidades e Mudanças Climáticas no Sétimo Relatório de Avaliação (AR7), e forma uma base de conhecimento sólida, informando como as cidades podem melhor se adaptar e mitigar os impactos das mudanças climáticas.

 

Para os resultados gerais da IPCC43, por favor, veja o press release do IPCC aqui (Inglês).

Leia mais sobre os relatórios para AR6 aqui (Inglês).

Leia o blog do ICLEI nos dia 1, 2 e 3 aqui (Inglês).

Leia a intervenção entregue pelo ICLEI em nome da Campanha #CitiesIPCC aqui (Inglês).

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