ICLEI América do Sul firma compromisso com a Aliança de Bancos de Desenvolvimento Subnacionais

Organização soma esforços no campo do financiamento de ações de desenvolvimento sustentável para governos locais

24 de set de 2021

Praça do Papa, Belo Horizonte (MG). Crédito: Marina Campos Vinhal

O ICLEI América do Sul é o mais novo parceiro da Aliança de Bancos de Desenvolvimento Subnacionais, que visa reforçar o papel estratégico dos Bancos Subnacionais de Desenvolvimento no financiamento da implementação das Agendas Globais nas cidades e territórios da América Latina.

 

Criada em abril de 2021, a iniciativa é liderada pelo Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), a Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), o Fundo Global para o Desenvolvimento das Cidades (FMDV) e o Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Relações Internacionais (IDDRI) e visa reforçar o papel estratégico dos Bancos Subnacionais de Desenvolvimento no financiamento da implementação das Agendas Globais nas cidades e territórios da América Latina. Neste sentido, a iniciativa é fundamental na redução do déficit financeiro para serviços e infraestruturas urbanas e territoriais sustentáveis na região.

 

Para o ICLEI, a parceria é mais uma oportunidade para fortalecer o apoio ao financiamento de serviços e infraestruturas urbanas e territoriais sustentáveis de governos que buscam melhorias tangíveis a nível global e vai ao encontro da atuação do ICLEI na agenda de desenvolvimento e promoção do “financiamento verde”. 

A Aliança cumpre um papel chave de reforçar a responsabilidade dos bancos e fortalecê-los para que possam, cada vez mais, adotarem critérios de sustentabilidade vigorosos para o financiamento de projetos de desenvolvimento sustentável”, afirma Rodrigo Corradi, secretário executivo adjunto do ICLEI América do Sul. 

 

“A Aliança está aberta a todos os parceiros e instituições de fomento. Com essa rede, esperamos contribuir para criar condições de financiamento adequadas à construção de uma nova economia e de cidades mais inteligentes, sustentáveis e justas”, afirmou Sergio Gusmão, presidente do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG).

 

“Neste momento de muitos desafios para a América Latina, é essencial a necessidade de oferecer apoio aos governos locais, o que vai demandar um esforço específico para auxiliar a economia regional no curto e médio prazos”, adicionou Mariana Flores, diretora regional para a América Latina do Fundo Global para o Desenvolvimento das Cidades (FMDV).

 

Tema em crescimento no cenário internacional

 

Com a necessidade de apoio e de recursos aumentando a cada dia mais, a questão do financiamento climático já é considerado um dos meios de implementação mais importantes da agenda de mitigação e adaptação da Convenção-Quadro das Nações Unidas de Mudança do Clima

 

Com recursos possibilitados por setores públicos e privados, por meio de canais multilaterais, bilaterais, nacionais, regionais e privados, essa técnica possibilita apoiar ações que buscam reduzir as causas ou os efeitos da crise climática e que ajudarão o planeta a atingir a meta de limitar o aquecimento global a um aumento de 1,5°C acima dos níveis pré-industriais. 

 

Ainda que muitos países careçam de recursos financeiros para fazer a transição para um modo de vida mais sustentável, segundo a ONU, o financiamento do clima é um ponto-chave. Isso porque não investir em ações custará ainda mais se pensado no longo prazo.

 

Iniciativas do ICLEI

 

Além de aderir à Aliança, o ICLEI América do Sul  conta com diversas iniciativas que fomentam o ciclo de financiamento sustentável nas cidades de sua região. Realizado em parceria com o Instituto Clima e Sociedade (iCS), o “Amazônia pelo Clima: finanças verdes para governos locais” busca estimular o acesso ao financiamento para a ação climática local na região da Amazônia Legal brasileira.

 

→ O próximo evento da iniciativa acontecerá no dia 4 de outubro nos seguintes horários: 15h (Rio Branco) | 16h (Manaus) | 17h (Brasília). A partir do tema “Amazônia pelo Clima – Compromissos políticos de governos locais rumo à COP26”, o webinar irá debater sobre os compromissos políticos dos governos locais rumo à agenda internacional. 

 

Já o Programa de Ações Transformadoras (TAP) – Transformative Actions Program, em inglês -, por exemplo, conecta governos locais e regionais, especialistas técnicos e instituições financeiras. Com isso, apresenta-se como uma iniciativa inovadora de catalisação e melhora dos fluxos de capital para que cidades e regiões fortaleçam sua capacidade de acesso a financiamentos climáticos e, ainda, atraiam investimentos. A iniciativa é liderada pelo ICLEI e conta com diversos parceiros como C40, GIZ, European Investment Bank (EIB), UN Capital Development Fund (UNCDF) e United Nations Human Settlements Programme (UN-Habitat). 

 

Outro exemplo de iniciativa é o LEDS Lab. Elaborada pelo ICLEI América do Sul, a metodologia capacita governos locais para o aumento da bancabilidade de seus projetos, visando construir capacidade interna nas cidades e fornecer apoio para a elaboração de projetos financiáveis. Quatro cidades foram selecionadas para participar, sendo duas no Brasil (Belo Horizonte e Recife) e duas na Colômbia (Envigado e Tópaga). O processo é acompanhado de perto por instituições financeiras, visando garantir que os critérios financeiros sejam considerados em cada etapa dos projetos locais. Ao final do processo, os recursos do projeto são disponibilizados como capital inicial para a implementação de um projeto piloto por cidade participante.

 

→ O LEDS Lab promoverá eventos de lançamento dos projetos demonstrativos no Brasil e Colômbia. Em outubro, o EcoNúcleo do Parque da Jaqueira, no Recife, receberá o lançamento do Centro Educativo de Energia Renovável e Mudança do Clima, iniciativa realizada pela Prefeitura do Recife em parceria com o ICLEI América do Sul.  

 

→ Em breve, será inaugurado o projeto piloto de eficiência energética na Escola Municipal Herbert de Souza, em Belo Horizonte, que instalou um sistema fotovoltaico de autogeração de energia elétrica no equipamento público municipal. Já na sexta-feira, dia 24 de setembro, ainda em BH, será a vez da abertura do Centro Educativo no Parque das Mangabeiras.

 

→ Na Colômbia, o LEDS Lab terá intervenções territoriais em duas cidades: Tópaga e Envigado. Em Tópaga, no dia 21 de outubro, será inaugurado o sistema fotovoltaico de autogeração de energia elétrica na Instituição Educativa Carlos Julio Umaña – Sede Primaria (IECJU). Em Envigado, no dia 26 de outubro, acontece o lançamento de um sistema fotovoltaico semelhante instalado na Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Agropecuário (SMADA).

 

Projeto Unidade de Seguro para Infraestrutura Urbana (Urban Infrastructure Insurance Facility – UIIF). Voltado para populações urbanas em situação de maior vulnerabilidade frente a eventos climáticos presentes e futuros, o projeto tem o objetivo de contribuir para que a infraestrutura crítica e as pessoas estejam mais preparadas e protegidas frente aos desastres naturais. Para tanto, a iniciativa, que conta com o apoio da implementação do ICLEI América do Sul, trabalhará para que as cidades latino-americanas insiram seguros em suas estratégias de gestão de riscos climáticos. 

 

Junto à sua Rede de associados, a organização seguirá atuando nesta agenda a partir de três frentes: aumento do acesso à informação; capacitação, educação financeira e promoção de formação para gestores públicos; e facilitação de uma maior aproximação entre governos locais e bancos e agências de desenvolvimento. 

 

Com isso, objetiva-se acelerar o ciclo desses financiamentos a partir da promoção de uma maior compreensão, por parte dos bancos, das necessidades dos governos e, ao mesmo tempo, da capacitação de gestores públicos em relação às linhas de financiamento e seus critérios de seleção.

 

Sobre a Aliança de Bancos Subnacionais de Desenvolvimento da América Latina e Caribe

 

A Aliança de Bancos Subnacionais de Desenvolvimento da América Latina e Caribe é uma colaboração entre a Agência Francesa de Desenvolvimento, o Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais, o Fundo Mundial para o Desenvolvimento das Cidades (FMDV) e o Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Relações Internacionais (IDDRI).

 

Entre seus objetivos, estão apoiar os bancos públicos de desenvolvimento social na América Latina e no Caribe a:

 

  • Alinhar seus investimentos com os ODS e o Acordo de Paris sobre o clima;

 

  • Promover mercados financeiros urbanos e desenvolver linhas de projetos urbanos sustentáveis;

 

  • Desenvolver uma plataforma de diálogo entre governos locais e parceiros financeiros e de desenvolvimento;

 

  • Reforçar o reconhecimento do papel estratégico dos SDBs e a contribuição da Aliança para a implementação das agendas internacionais.

 


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