No último sábado (17), foi encerrada a 13a Conferência das Partes da Convenção da Diversidade Biológica (CDB), em Cancun, no México. Realizada a cada dois anos, a Reunião das Nações Unidas para tratar das questões de biodiversidade teve como missão encontrar maneiras de integrar a temática da biodiversidade em setores como: agricultura, pesca, floresta e turismo, com o objetivo de acelerar a conservação e o uso sustentável da biodiversidade e melhorar a qualidade de vida.
A Gerente de Projetos do ICLEI Sophia Picarelli participou da Conferência e falou sobre o que foi discutido neste Fórum Global e o que os Governos Locais podem esperar dos seus resultados. Para ela, esta COP é o momento em que os países realinham seus compromissos com a agenda global de biodiversidade e fazem um balanço dos resultados obtidos até agora. “Dentre os desafios globais que enfrentamos hoje, a perda da biodiversidade está muito iminente e clara. Já estamos sentindo os prejuízos dos impactos negativos das ações humanas tanto na biodiversidade quanto nos ecossistemas”.
A perda da diversidade biológica a taxas alarmantes, e maneiras como os governos locais podem ajudar a combatê-la, foram o centro da discussão da 5a Cúpula Global de Biodiversidade para Cidades e Governos Subnacionais. Co-organizada pelo ICLEI – Governos Locais para a Sustentabilidade em parceria com a Secretaria da Convenção sobre Diversidade Biológica, Semarnat, Conabio e ANAAE, a Cúpula marcou uma década de cooperação entre nações e governos locais e subnacionais pela biodiversidade, onde foram apresentadas ações locais para a questão e, mais uma vez, reforçou a importância da integração entre os diferentes níveis de governos e parceiros, a fim de ganhar escala e ampliar os resultados.
Deste Fórum saiu o Comunicado de Quintana Roo sobre Integração da Ação Local e Subnacional pela Biodiversidade (Leia o Comunicado na íntegra), que destaca as áreas prioritárias que permitirão aos governos locais e subnacionais contribuírem para as metas globais de biodiversidade, conhecidas como Metas de Aichi. O documento faz um chamado às Nações e seus parceiros para:
• Aumentar a colaboração e criar marcos legais facilitadores para e pelos governos locais e subnacionais e suas redes;
• Acelerar os esforços para construção de capacidade e transferência de conhecimentos científicos por meio de apoio técnico e financeiro aos governos locais e subnacionais,
• Fortalecer a comunicação, o intercâmbio de informações e o envolvimento entre a comunidade científica, governos locais e subnacionais e os cidadãos.
• Assegurar que a contribuição científica e de pesquisas baseiem-se nas necessidades e prioridades dos governos subnacionais e seja adaptada às mesmas.
Durante uma série de sessões plenárias e mesas redondas, os delegados discutiram questões como o papel dos governos locais e subnacionais na nova agenda de desenvolvimento global e as oportunidades para financiamento de iniciativas locais pela biodiversidade.
Destacam-se a seguir importantes iniciativas que foram lançadas e divulgadas durante a COP13:
• Comunidade Global para Ação Local e Regional pela Natureza
• Acordo para uma Península de Yucatán Sustentável firmado pelos Governos de Yucatán e The Nature Conservancy
• Campanha “Natureza para Todos” (Nature for All) da IUCN
• Plataforma de Aprendizado sobre Biodiversidade para Governos Locais da nrg4SD
• Resolução de Acreditação de Cidades com Zonas úmidas da Convenção Ramsar, feito pela Ramsar e WWF
• Parceria entre ICLEI e World Urban Parks (WUP)
• “Thrive” – Aplicativo móvel que reconecta as pessoas com a natureza, desenvolvido pelo Swedbio, SRC e ICLEI – Governos Locais pela Sustentabilidade.