A IV Conferência Regional de Áreas Protegidas Locais, evento anual realizado em cada um dos países participantes do projeto (Brasil, Colômbia, Equador e Peru) e que nesse ano foi realizada de maneira virtual, na forma de três sessões organizadas pelos parceiros de implementação: Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ), ICLEI – Governos Locais pela Sustentabilidade, e União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), para pautar os avanços, resultados e aprendizados do projeto Áreas Protegidas Locais e Outras Medidas de Conservação baseadas em Área a Nível dos Governos Locais.
A segunda sessão, do dia 10 de setembro, foi organizada pelo ICLEI América do Sul e buscou destacar a cooperação entre governos locais e a disseminação de capacidades e conhecimentos para o fortalecimento e a sustentabilidade da gestão. A sessão destacou os casos de sucesso e as visões para o futuro para fortalecer os governos locais na conservação da biodiversidade por meio das Áreas Protegidas Locais e outras medidas efetivas de conservação e possibilitou trocas e debates sobre a incorporação da biodiversidade e da sustentabilidade nas cidades.
Para Rodrigo Perpétuo, secretário executivo do ICLEI América do Sul, este é apenas o começo de uma série de políticas públicas e metodologias que devem ser implementadas para que os projetos que visem a conservação de áreas protegidas locais sejam cada vez mais efetivos. “O legado desta iniciativa significa seguir com o avanço da sub-rede temática de áreas protegidas locais, lançada pelo ICLEI, que começa na América do Sul, mas deve seguir para todo o mundo”, comentou Perpétuo.
Sophia Picarelli, gerente de Biodiversidade e Mudanças Climáticas do ICLEI América do Sul, ressaltou a importância dos benefícios que as áreas protegidas podem oferecer para os territórios locais. “É preciso desmistificar que as Unidades de Conservação são um impasse e sim ressaltar que elas contribuem para a geração de oferta de emprego, para o desenvolvimento do potencial econômico do território, para a sustentabilidade e para a gestão de projetos, além de trazer uma visão empreendedora para os territórios locais”, destacou.
1º Ciclo de de Cooperação entre Governos Locais
São Leopoldo (RS) – Parque Natural Municipal Imperatriz Leopoldina
Joel Garcia Dias, diretor de Planejamento e Gestão Ambiental da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de São Leopoldo, destacou o sucesso da recuperação socioambiental do Parque Imperatriz Leopoldina. Além dos aprendizados que o projeto proporcionou, João ressaltou que a comunidade local possui grande relevância frente a essas temáticas. Um dos pontos mais importantes foi a percepção de que a cooperação entre os governos locais pode e deve acontecer. “Percebemos a importância e a capacidade de criação de soluções que podem desenvolver tecnologias de gestão compartilhadas com outros municípios”, comentou.
João Pessoa (PB) – Parque Natural Municipal do Cuiá
Arturo Dias, chefe da Divisão de Unidades de Conservação e Parques da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de João Pessoa, acredita que o cenário da pandemia global do novo coronavírus gerou grandes reflexões e possibilitou novos modelos de compartilhar informações, evitando a problemática da distância entre os governos.
“Foi muito importante compartilhar experiências com outros governos locais. Agora, será possível aplicar o conhecimento absorvido no ciclo e ajudar a fomentar projetos, além de expandir os meios de trabalho das áreas protegidas locais e lutar cada vez mais por elas”.
Programa de Aceleração de Unidades de Conservação
São Paulo (SP) – APA Capivari-Monos
Anita Martins, diretora da Divisão de Gestão de Unidades de Conservação da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente de São Paulo, falou sobre o amadurecimento da gestão das informações para o projeto e a aceleração econômica que as atividades podem trazer para o território. “A partir de agora vamos ter um olhar econômico para acelerar as atividades em uma escala local.”
Importância do diálogo
Participaram do evento também Wilson Lechón, diretor de Gestão Ambiental do Consórcio de Governos Autônomos Provinciais do Equador (CONGOPE); Liliana Miranda, diretora executiva do Fórum Cidades pela Vida, do Peru; Bernardo Egas, Secretário Municipal de Meio Ambiente do Rio de Janeiro e coordenador Nacional do Fórum CB27; e Sandra Castro Torres, diretora de Gestão Técnica e Fortalecimento Institucional da Federação de Municípios, da Colômbia.
Todos compartilharam suas experiências com a temática e ressaltaram a relevância do projeto para que o assunto esteja sempre em pauta, em todas as esferas do governo, bem como a importância do diálogo e da implementação de políticas públicas que busquem sempre a valorização da biodiversidade local.
Por fim, Rodrigo Perpétuo destacou que, no futuro, o processo de tomada de decisões baseado na ciência e no saber empírico será orientador para a sociedade construir cidades cada vez melhores, sustentáveis e resilientes.
“Que a gente possa, cada vez mais, promover cidades que estejam convivendo em harmonia com a sua natureza e biodiversidade”, encerrou Perpétuo.
Veja aqui o evento na íntegra: https://www.youtube.com/watch?v=oE-ozw20JSQ&t=689s
Sobre o projeto
O Projeto “Áreas Protegidas Locais e Outras Medidas de Conservação baseadas em Área a Nível dos Governos Locais” visa contribuir e melhorar as condições dos governos locais para conservar a biodiversidade por meio da gestão efetiva e equitativa de áreas protegidas e de outras medidas de conservação. Acontece com o apoio da Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) em uma parceria entre o ICLEI América do Sul, a União Internacional para Conservação da Natureza (UICN) e os Ministérios do Meio Ambiente dos quatro países sul-americanos envolvidos: Brasil, Colômbia, Equador e Peru.
Como parte integral da paisagem, as áreas protegidas e outras medidas de conservação geridas pelos governos locais contribuem para a conectividade ecológica e protegem a biodiversidade.