Amazônia pelo Clima: Palmas tem projeto selecionado para a COP27

Três capitais amazônicas participaram de 9 sessões de mentoria cada para qualificação de projetos

27 de out de 2022

O ICLEI América do Sul, a Fundação Amazônia pelo Clima (FAS), a I Care Brasil e o Instituto Clima e Sociedade (iCS) realizaram, nos últimos dois meses, sessões de mentoria de três projetos vinculados ao Amazônia pelo Clima. Belém, Manaus e Palmas receberam nove sessões individuais cada uma, totalizando 27 encontros. Ao final do processo, que teve como objetivo apoiar a elaboração de projetos de ação climática financiáveis, três iniciativas foram qualificadas. Após avaliação das instituições mentoras, o projeto “Palmas Recicla” foi o escolhido para ser apresentado na COP27, que ocorre em novembro, em Sharm el-Sheikh, no Egito.

 

 

O “Palmas Recicla” tem como objetivo a estruturação integral da Coleta Seletiva de Palmas, desde a etapa de sensibilização da população até a destinação final dos materiais recicláveis e rejeitos. O projeto visa contribuir com a redução de gases de efeito estufa e com o fortalecimento dos catadores. Os detalhes do projeto serão apresentados pela Prefeita Cinthia Ribeiro na COP27.

 

Além do Palmas Recicla, Belém estruturou para financiamento o projeto “Área de Proteção Ambiental – Parque Murutucu”, e Manaus o “Projeto de Revitalização Ambiental de microbacias urbanas em uma metrópole Amazônica”. Segundo o mediador das sessões, Daniel B. Machado, do ICLEI, os projetos receberam comentários específicos e direcionados de cada instituição mentora. “As instituições mentoras propuseram mudanças e otimizações nas propostas e as cidades foram qualificando as iniciativas. Isso permitiu que cada cidade pudesse verificar, ao mesmo tempo, a solidez da informação técnica e a qualidade do pitch de venda do projeto. Houve uma evolução rápida dos projetos.”

 

 

Outro ponto de destaque da mentoria foi um crescente grau de envolvimento dos governos locais. “A cada sessão recebíamos novas notícias: projetos mentorados sendo apresentados a prefeitos e a outras secretarias; reuniões com bancos de desenvolvimento; reuniões com organizações da sociedade civil e da academia; reunião com órgãos federais, etc. Tudo orientado pelo conteúdo técnico e pelas apresentações que foram sendo produzidas ao longo desses dois meses. Foi realmente impressionante notar o engajamento do corpo técnico municipal e os resultados colhidos como fruto desse empenho”, destacou Machado.

 

 

O projeto Amazônia pelo Clima é uma parceria entre ICLEI América do Sul, o Instituto Clima e Sociedade (iCS), a Fundação Amazônia Sustentável (FAZ) e a I Care Brasil.

 

 

Confira o resumo das sessões de mentoria, também mediadas por Felipe Jukemura, do ICLEI, e as instituições mentoras:

 

Sessão 1 

 

Tema: “Primeiras impressões: visão geral do projeto a partir de especialistas em preparação de projetos”;

Mentoria: Beatriz Fonseca, Junior Officer de Innovative Finance do Secretariado Global do ICLEI;
Mais: durante a sessão, ocorreu a análise dos projetos das cidades à luz dos critérios do TAP.

 

 

Sessão 2

 

Tema: “A importância da governança participativa: aportes de uma instituição com conhecimento local”;

Mentoria: Gabriela Sampaio, Gerente do Programa de Soluções Inovadoras da FAZ;

Mais: a partir da análise dos projetos das cidades, os participantes refletiram sobre a inclusão de elementos de governança participativa e maior envolvimento da sociedade civil.

 

 

Sessão 3

 

Tema: “Fortalecendo o projeto: análise SWOT de uma consultoria especializada na pauta ambiental”.

Mentoria: Déborah Luisa Silva, Gerente de Biodiversidade da I Care, e Leonardo Werneck, Gerente de País da I Care.

Mais: análise dos projetos das cidades à luz da metodologia SWOT.

 

 

Sessão 4

 

Tema: “Enfatizando aspectos da mudança climática: principais elementos e indicadores”.
Mentoria: Gerente de Finanças Climáticas Urbanas do Cities Climate Finance Leadership Alliance, da Climate Policy Intiative (CCFLA/CPI), Priscilla Negreiros.
Mais: critérios de bancabilidade utilizados pelas instituições financeiras e aportes relacionados a indicadores que poderiam relacionar os projetos das cidades às mudanças climáticas e aos ODS.

 

Sessão 5

 

Tema: “Acessando facilities de assistência técnica: contribuições do City Climate Finance Gap Fund”;
Mentoria: Assessores Técnicos da GIZ: Eduarda Freitas, Thomaz Ramalho e Ana Luísa Oliveira da Silva;
Mais: critérios de submissão ao Gap Fund e a facilities de preparação de projetos em geral, aportes e contribuições técnicas para o desenvolvimento dos projetos climáticos das cidades.

 

 

Sessão 6

 

Tema: “Pronto para receber financiamento? Aportes de uma agência de desenvolvimento”;
Mentoria: Especialista em Financiamento Climático da Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), Kátia Fenyves;

Mais: critérios necessários para obtenção de financiamento, tipos de financiamento e financiadores de acordo com o perfil do projeto, e estruturação lógica e organizacional das iniciativas para apresentação às financiadoras.

 

 

Sessão 7

 

Tema: “Como apresentar um bom projeto? Preparando-se para os palcos nacionais e globais”;
Mentoria: Gerente de Biodiversidade da I Care, Déborah Luisa Silva;
Mais: elementos práticos do processo de pitch, como dicas de design/preparação de apresentações, elementos importantes de oratória e de elevator speech, etc.

 

 

Sessão 8

 

Tema: “O ICLEI como facilitador: aplicando ao TAP”;
Mentoria: Junior Officer de Innovative Finance do Secretariado Global do ICLEI, Beatriz Fonseca;
Mais: evolução dos projetos das cidades no decorrer da mentoria e feedback dos formulários do TAP preenchidos pelas cidades.

 

 

Sessão 9

 

Tema: “Viabilizando ideias: linhas de financiamento e possibilidades de expansão dos projetos”;
Mentoria: Gerente de Sustentabilidade e Economia da Associação Brasileira de Desenvolvimento (ABDE), Bruna Araújo, e do Analista de Sustentabilidade e Economia da ABDE, Henrique Schmidt;
Mais: apresentação de diferentes linhas de financiamento que podem ser acessadas pela cidade após a estruturação do projeto, e critérios de acesso a financiamento personalizados à cidade e ao escopo do projeto.

 

 

Capacitações 2022


No primeiro semestre, 12 cidades amazônicas – Barcarena, Belém, Benevides, Boa Vista, Castanhal, Manaus, Marechal Thaumaturgo, Palmas, Porto Velho, Presidente Figueiredo, Rio Branco e São Luís – participaram de série de capacitações. O objetivo foi sensibilizar e fortalecer as capacidades técnicas locais quanto à elaboração de projetos de ação climática financiáveis e fomentar a agenda do clima na Amazônia Legal e para a COP27. As sessões de mentoria são um desdobramento desta série de capacitações:

Sessão 1: contou com a apresentação de um panorama sobre mudança do clima e sua relação com a Amazônia;
Sessão 2: introdução sobre financiamento climático;
Sessão 3: teve como objetivo reforçar a importância do planejamento de projetos para a obtenção de financiamento climático, com ênfase na governança;
Sessão 4: teve como objetivo reforçar a importância de observar aspectos técnicos críticos do projeto para a obtenção de financiamento climático;
Sessão 5: foi marcada pela apresentação de grande variedade de fontes de financiamento disponíveis para projetos de ação climática na Amazônia. Os participantes puderam conhecer estratégias e receberam recomendações sobre como mobilizar blended finance para financiar seus projetos.

 

Publicação

 

Acesse aqui o Diagnóstico Amazônia pelo Clima: bases para a ação climática nas capitais da Amazônia Legal Brasileira. A publicação apresenta um panorama da agenda climática nas 9 capitais da região a partir informações sobre políticas, instrumentos e projetos climáticos, stakeholders, fontes e oportunidades de acesso a financiamento.

 

 

 

Texto: Cibele Carneiro

Tags:


Voltar
Compartilhe