Começou hoje a Semana do Clima da América Latina e Caribe, em Salvador (BA). Organizadas anualmente na África, América Latina e Caribe e Ásia-Pacífico, as Semanas Regionais do Clima são plataformas colaborativas para representantes do setor público, privado e organizações da sociedade civil abordarem questões climáticas latentes e oportunizarem a união de propósitos para ações conjuntas.
Para ampliar a visibilidade das ações lideradas por cidades e regiões que estão propondo inovações e novas oportunidades em seus territórios relacionadas a baixas emissões e resiliência, o ICLEI América do Sul está com uma delegação de governos locais promovendo diversas atividades ao longo da semana.
Neste primeiro dia, reunimos representantes dos diferentes níveis de governo e instituições que atuam na temática para um Diálogo Multinível sobre o sistema MRV brasileiro. Abriram a discussão Rodrigo Perpétuo, Secretário Executivo do ICLEI América do Sul; Oswaldo Lucon, Coordenador Executivo do Fórum Brasileiro de Mudança Climática; Cristina Carvalho, da Seção de Desenvolvimento e Cooperação, da União Europeia; João Resch Leal, Subsecretário Municipal de Sustentabilidade, Inovação e Resiliência, em Salvador; Alain Grimard, Oficial Sênior Internacional, da ONU Habitat; e Luiz Ricardo Santoro, Secretário de Infraestrutura e Meio Ambiente do Governo do Estado de São Paulo.
Rodrigo Perpétuo destacou que para as ações de monitoramento serem eficientes, elas precisam ser consideradas nas tomadas de decisão: “Os inventários e os planos de ação climática tem que andar em paralelo a um sistema de planejamento de governança municipal. Nosso desafio é dar centralidade a essa ferramenta de monitoramento para que ela possa de fato ser norteadora do modelo de desenvolvimento local quanto à decisão da política pública”.
Já Oswaldo Lucon, afirmou que o Fórum Brasileiro de Mudança Climática tem grande interesse em manter suas estratégias e dar continuidade ao trabalho já realizado, em especial com os governos subnacionais.
Dando continuidade ao debate, Sophia Picarelli, Gerente de Biodiversidade e Mudança do Clima, do ICLEI América do Sul, ressaltou a importância das trocas e alinhamentos entre as esferas públicas, durante a mesa: Perspectivas dos três níveis de governo.
“Queremos avançar no diálogo multinível, mas vemos que as iniciativas ainda são muito isoladas, a questão é que as emergências climáticas não nos deixam esperar”. E exemplificou: “O Urban-LEDS II é, neste sentido, uma importante orientação para o planejamento local climático, para aterrizarmos em metodologias concretas. A capacidade está nos territórios, com bons apoios podemos escalar e impulsionar as capacidades locais”.
No encerramento das atividades abertas neste primeiro dia, um grupo de nove crianças embaixadoras da justiça climática da Plant-For-The-Planet, ONG alemã parceira do ICLEI América do Sul, leram um manifesto para mostrar sua preocupação com o avanço do desmatamento e da poluição e chamando toda a sociedade a ser parte ativa de ações de reflorestamento e preservação ambiental. “Aprendemos com a ciência sobre clima e entendemos que uma das soluções é o plantio massivo de árvores que precisa ser contínuo, para capturar o CO2 da atmosfera. Nós assumimos o compromisso de ajudar a plantar 1 trilhão de árvores, e vocês?”, diz trecho do manifesto.
Ao sair do palco, a estudante Ianna Cristina Pimenta Ribeira, de 9 anos, deixou seu depoimento: “A gente quer ajudar o meio ambiente, fazer o mundo ser um lugar melhor. Porque se não fizermos isso agora, no futuro não poderemos mais fazer”.
Encerrando a programação do ICLEI América do Sul, na noite desta segunda-feira, aconteceu a primeira reunião do grupo consultivo nacional do projeto Urban-LEDS II.
Confira aqui a agenda completa da delegação do ICLEI América do Sul: bit.ly/agendaICLEI_LACCW.
Leia na íntegra o manifesto dos Embaixadores da Justiça Climática:
Nós fazemos parte da rede de mais de 81 mil embaixadores da justiça climática da Plant-For-The-Planet e estamos aqui para mostrar a nossa preocupação com o avanço do desmatamento e poluição por causa de parte das indústrias, governo e da agropecuária que não estão prestando atenção na ciência e estão ajudando a piorar o efeito estufa, o aumento da temperatura no mundo e nos levando para uma crise climática.
Aprendemos com a ciência sobre clima e entendemos que uma das soluções é o plantio massivo de árvores que precisa ser contínuo, para capturar o CO2 da atmosfera. Nós assumimos o compromisso de ajudar a plantar 1 trilhão de árvores, e vocês? Nós precisamos de ajuda, precisamos ter conscientização pública sobre a importância do reflorestamento e preservação. Queremos que os acordos já feitos sejam cumpridos pelos nossos políticos para juntos construirmos um mundo melhor.
A falta de ação vai afetar não só o nosso futuro, mas o de todas as pessoas, por isso assinamos este manifesto, junto com o cientista Carlos Nobre: porque assumimos o compromisso de ajudar a garantir que ele exista.