Pindamonhangaba foi palco das Oficinas de Mapeamento Participativo do Diagnóstico de Serviços Ecossistêmicos, uma iniciativa crucial no combate à crise climática e à perda de biodiversidade. O evento, realizado com o apoio do ICLEI – Governos Locais pela Sustentabilidade, marcou um passo significativo rumo ao desenvolvimento sustentável e à resiliência climática do município.
A cidade iniciou sua Conformidade Climática, um processo que envolve uma série de diagnósticos e culmina na elaboração do Plano de Ação Climática Local (PLAC), denominado Plano Pinda ProClima. Este plano visa fornecer diretrizes para políticas locais de combate e prevenção à crise climática. Além disso, a criação de uma minuta de lei sobre o tema busca estabelecer Pindamonhangaba como referência no enfrentamento às mudanças climáticas.
O Diagnóstico de Serviços Ecossistêmicos, componente chave do Plano Pinda ProClima, avalia os benefícios fornecidos pela natureza e as ameaças presentes no território. Este diagnóstico é fundamental para identificar áreas prioritárias para ações que promovam o desenvolvimento urbano sustentável e a adaptação baseada nos ecossistemas, preservando a biodiversidade local.
A oficina de mapeamento participativo, parte essencial deste diagnóstico, visou coletar dados qualitativos e fomentar a conscientização sobre a importância dos serviços ecossistêmicos. O evento começou com as boas-vindas da Secretária de Meio Ambiente de Pindamonhangaba, Maria Eduarda San Martin, e do Gerente Técnico do ICLEI América do Sul, Gil Scatena. Júlia Finotti, Assistente da área técnica do ICLEI Brasil, apresentou o Plano Pinda ProClima aos participantes.
Marília Israel, Assessora de Biodiversidade e Resiliência do ICLEI América do Sul, introduziu os conceitos básicos de ecossistema, habitat e biodiversidade, além de explicar a importância dos serviços ecossistêmicos para a qualidade de vida. Os participantes foram envolvidos em uma série de exercícios práticos, detalhados a seguir:
Exercício 1: Mapeamento de Serviços Ecossistêmicos
Os participantes aplicaram os conceitos discutidos para mapear três grupos de serviços ecossistêmicos:
- Serviços de provisão: Incluem alimentos, matérias-primas e plantas medicinais.
- Serviços de regulação: Envolvem a melhoria do microclima, permeabilidade do solo, qualidade do habitat, da água e do ar.
- Serviços culturais: Relacionam-se às relações sociais, valores educacionais, estéticos, espirituais/religiosos, saúde física e mental, recreação, ecoturismo e herança cultural.
Este mapeamento participativo utilizou dinâmicas em grupo e discussões plenárias para verificar a distribuição e a situação dessas características e relações no território, destacando a apropriação social local da natureza no diagnóstico. A equipe técnica do ICLEI apoiou os grupos com perguntas norteadoras para guiar a discussão.
Exercício 2: Priorização das Ameaças Locais
Após se familiarizarem com os conceitos no exercício anterior, os participantes identificaram as atividades humanas que ameaçam os benefícios fornecidos pelos ecossistemas. Foram considerados cinco grupos de ameaças:
- Perda e degradação de habitat.
- Poluição.
- Sobre-exploração de recursos naturais.
- Introdução de espécies invasoras.
- Fatores relacionados à mudança do clima.
Este exercício buscou identificar quais ameaças eram prioritárias no território, permitindo uma alocação mais eficaz dos recursos disponíveis para a proteção e promoção dos serviços ecossistêmicos.
Exercício 3: Mapeamento das Ameaças Prioritárias aos Serviços Ecossistêmicos
Os participantes discutiram e mapearam as ameaças identificadas como prioritárias no exercício anterior. Esse exercício foi realizado em grupos, com uma apresentação coletiva dos resultados para permitir comentários e novas percepções. A abordagem colaborativa visou garantir uma compreensão ampla e detalhada das ameaças no território.
Exercício 4: Identificação das Ações em Andamento
Neste exercício final, os participantes refletiram sobre as ações já em curso que contribuem para a proteção e promoção dos serviços ecossistêmicos, bem como para a mitigação ou adaptação às ameaças identificadas. Foram consideradas ações de diversos setores, incluindo público, sociedade civil, academia e setor privado. O objetivo foi mapear as potencialidades locais e identificar sinergias para fortalecer a resiliência do município.
O evento encerrou com a apresentação dos próximos passos do Diagnóstico de Serviços Ecossistêmicos e da Conformidade Climática, conduzida por Maria Eduarda San Martin e Marília Israel, Assessora de Biodiversidade e Resiliência do ICLEI América do Sul.