O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) realizou, nos dias 17 e 18/6, a segunda oficina regional do Plano Nacional de Arborização Urbana (PlaNAU). O encontro reuniu em Manaus, no Amazonas, representantes dos sete estados da região Norte. Também faz parte do processo participativo do PlaNAU, coordenado pelo MMA, com implementação técnica do Governos Locais pela Sustentabilidade (ICLEI) e em parceria com a Universidade Federal de Alagoas (UFAL).
Conduzida no Bosque da Ciência, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), a atividade integrou a agenda do “Junho Verde” da Prefeitura de Manaus. Mais de 150 participantes,entre gestores públicos, pesquisadores, conselheiros ambientais, lideranças comunitárias e organizações da sociedade civil, contribuíram com experiências e perspectivas sobre os desafios e oportunidades da arborização nas cidades da Amazônia.
Para o diretor de Meio Ambiente Urbano da Secretaria Nacional de Meio Ambiente Urbano, Recursos Hídricos e Qualidade Ambiental do MMA, Maurício Guerra, a oficina representou uma oportunidade de consolidar uma agenda sólida junto aos municípios, voltada à ampliação da cobertura vegetal e à qualificação dos espaços urbanos frente à crise climática.
“Com enfoque regional, o evento reforça a importância de alinhar os avanços locais às diretrizes nacionais em construção, valorizando as especificidades locais e o protagonismo das cidades amazônicas na agenda ambiental”, afirmou.
A oficina em Manaus foi a segunda de uma série de cinco encontros regionais que ocorrem até o mês de julho pelo Brasil, sendo a próxima em Curitiba (PR), em 24 e 25 de junho, e em Recife (PE), no dia 4 de julho. A última será em Campo Grande (MS), no dia 8 de julho.
Protagonismo amazônico e construção coletiva
Durante a oficina, foram apresentadas experiências locais de políticas públicas sobre o tema, a exemplo do Plano Municipal de Arborização de Manaus, bem como ações de recomposição de áreas verdes em regiões de alta vulnerabilidade.
Segundo o secretário municipal de Meio Ambiente, Sustentabilidade e Mudança do Clima de Manaus (Semmasclima), Fransuá Matos, o esforço da atual gestão está na ampliação do plantio e a doação de mudas na cidade. “Já superamos a marca de 14 mil árvores plantadas apenas nos primeiros seis meses do ano”, ressaltou.
A coordenadora técnica do ICLEI, Marília Israel, exaltou a importância da escuta ativa e da mobilização de múltiplos setores na discussão sobre o diagnóstico atual da arborização urbana na região Norte.
“A oficina em Manaus abre espaço para discutir caminhos futuros, com foco em políticas públicas que enfrentem os desafios de sustentabilidade das cidades”, reforçou.
A oficina incluiu, ainda, uma apresentação sobre governança e boas práticas de arborização urbana, conduzida pelo diretor do Departamento de Arborização da Semmasclima, Deyvson Braga, quedestacou o uso de novas metodologias e tecnologias para aumentar a eficiência do plantio em Manaus.
Visitas técnicas ampliam a troca de experiências
Na manhã desta quarta-feira, os participantes da oficina realizaram duas visitas técnicas, sendo a primeira no Centro de Produção de Mudas da Prefeitura de Manaus, no campus zona Leste do Instituto Federal do Amazonas (IFAM), onde é feita a produção, armazenamento e distribuição das mudas utilizadas nos projetos ambientais da cidade.
Em seguida, o grupo visitou o bairro Novo Aleixo, às margens do igarapé do Mindu, onde a prefeitura realiza ações de recomposição vegetal em Área de Preservação Permanente (APP). No local, foi realizado um plantio simbólico de espécies nativas da Amazônia, com participação direta dos representantes presentes.
Com lançamento previsto para a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, a COP30, o PlaNAU, faz parte das ações do Programa Cidades Verdes Resilientes (PCVR), e busca promover a arborização como ferramenta central para políticas de adaptação urbana, enfrentamento às ilhas de calor e ampliação dos serviços ecossistêmicos nas cidades brasileiras.
O processo conta também com o apoio de instituições de ensino e pesquisa, da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana (SBAU), do Fórum de Secretários(as) de Meio Ambiente das Capitais Brasileiras (CB27), da Associação Nacional de Municípios e Meio Ambiente (Anamma), da Associação Brasileira de Entidades Estaduais de Meio Ambiente (Abema), do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), do Conselho Federal de Biologia (CFBio), do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR), além dos governos municipais de Campinas, Manaus, Curitiba, Recife e Campo Grande, e dos governos estaduais de São Paulo, Paraná, Pernambuco e Mato Grosso do Sul.