Governos locais da América do Sul unidos pela ação climática

Atores da região se reúnem no âmbito do Dia Mundial do Meio Ambiente.

11 de jun de 2021

Crédito: Daniel Vargas

No dia 5 de junho, é comemorado o Dia Mundial do Meio Ambiente, instituído pela Assembleia Geral das Nações Unidas com o objetivo de destacar a importância da proteção ambiental e como isso afeta o bem-estar das pessoas e o desenvolvimento econômico do mundo.

Em 2021, esta data marca também o início oficial da Década das Nações Unidas para a Restauração dos Ecossistemas (2021 – 2030), que tem como objetivo aumentar os esforços da recuperação dos ecossistemas degradados, favorecendo a adoção de medidas para combater a crise climática, alimentar, hídrica e a perda de biodiversidade.

As cidades são responsáveis por 70% das emissão de gases de efeito estufa. É também no nível local que as diretrizes nacionais e internacionais convergem nas ações públicas. Nesse sentido, os governos locais exercem um papel fundamental na preservação e restauração do planeta.

De acordo com o secretário executivo do ICLEI América do Sul, Rodrigo Perpétuo, “ o Dia do Meio Ambiente está aí para nos lembrar que há uma perda sem precedentes de biodiversidade. Há uma crise climática que se torna talvez o desafio contemporâneo mais importante que devemos enfrentar, mesmo que tenhamos uma pandemia. Essa é a dimensão da crise, ela permeia todos os âmbitos de ação da sociedade contemporânea, e exige uma nova forma de pensar as cidades e gerenciá-las”.

 

Ação climática dos Governos Locais da América do Sul

 

Com o objetivo de somar esforços de várias frentes locais para seguir no combate à emergência climática na região, no dia 8 de junho foi realizada uma nova reunião de Ação Climática dos Governos Locais da América do Sul, liderada por representantes da Mercociudades e do ICLEI América do Sul.

A ocasião foi uma oportunidade para, a partir da sinergia entre Mercociudades, ICLEI América do Sul e o Pacto Global de Prefeitos pelo Clima e a Energia, ampliar conhecimentos para formar opiniões esclarecidas e condutas responsáveis das pessoas, empresas e comunidades no tema da preservação e restauração do meio ambiente.


O evento contou com a participação de atores de toda a região que, por meio de um processo de articulação desenvolvido nos últimos meses, puderam conhecer as ações conjuntas do ICLEI e Mercociudades em referência à iniciativa do Pacto Global de Prefeitos pelo Clima e a Energia.

Um dos maiores consensos observados é o da necessidade de tomar uma ação climática imediata, segundo o que os participantes descreveram como uma “urgência” para a qual há “uma última chance de corrigir o rumo”.

Os governos locais, conforme evidenciado, têm uma radiografia clara dos desafios que enfrentam em termos de emergências climáticas, além de um compromisso reiterado de cumprir os Acordos de Paris. Seguindo a lógica de “para problemas globais, soluções locais”, o evento contou com diversas apresentações curtas que buscaram ilustrar uma série de ações e iniciativas que podem fortalecer a ação climática dos municípios da região.

Marcela Petrantonio, secretária executiva da Mercociudades, destacou a “importância de gerar um espaço de transição para um novo modelo de desenvolvimento com visão regional”, tendo em conta as condições atuais do planeta, incluindo a pandemia da Covid-19, que tem afetado de tantas maneiras a vida das pessoas e que nos obrigou a pensar de forma diferente sobre os nossos problemas.

Jorge Rodríguez, coordenador da Secretaria Técnica Permanente da Mercociudades, também destacou entre as possibilidades da “Cooperação Sul em matéria climática” a necessidade de que as questões ambientais sejam transversais aos esforços políticos da região, dada a grande necessidade de trabalhar em equipe para obter resultados nesta luta que “depende de todos nós”. “A única maneira de avançar nisso”, disse Rodríguez, “é avançar nas redes.”

Durante o evento também houve a possibilidade de refletir sobre o papel da cooperação por eixos descentralizados dos países na agenda climática para buscar influência global a partir dos níveis locais. Também houve tempo para compartilhar experiências sobre compromissos e contribuições dos governos locais e regionais, no esforço de promover a articulação entre as redes.

“Este Dia Mundial do Meio Ambiente exige que pensemos na reconciliação entre cidade e natureza, entre cidade e biodiversidade, colocando as lentes na ação climática”, disse Rodrigo Perpétuo de forma conclusiva. “Temos orgulho de ser esta a região com mais cidades comprometidas com o Pacto Global de Prefeitos pelo Clima e a Energia. Estamos configurando um movimento com escala e qualidade que coloca a América do Sul como região referência em ação climática.”