Considerada a cidade mais arborizada do Brasil, Campo Grande (MS), foi palco nesta terça-feira (8) da última oficina regional presencial do Plano Nacional de Arborização Urbana (PlaNAU), iniciativa do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), com apoio técnico do ICLEI – Governos Locais pela Sustentabilidade e da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), entre outros parceiros. O encontro reuniu mais de 150 representantes de cerca de 20 municípios, incluindo governos, sociedade civil, academia e setor privado para debater soluções e estratégias para cidades mais verdes e resilientes, consolidando um movimento inédito de construção participativa no país.
Parte do Programa Cidades Verdes Resilientes (PCVR), o PlaNAU tem lançamento previsto para a COP30, em Belém, e propõe diretrizes para expandir a cobertura arbórea nas áreas urbanas, valorizando a biodiversidade, os serviços ecossistêmicos e a qualidade de vida. As oficinas regionais foram fundamentais para ouvir demandas e experiências de todas as regiões brasileiras, já realizadas em Manaus, Recife, Curitiba, Campinas e agora concluídas na capital sul-mato-grossense.
Campo Grande, que possui o título de cidade mais arborizada do Brasil segundo o IBGE (2022) e já foi reconhecida seis vezes como “Tree City of the World” pela FAO e pela Arbor Day Foundation, destacou seu papel de liderança na agenda ambiental. “Receber essa oficina é uma grande honra para nós, que somos referência em arborização urbana e temos trabalhado para fortalecer cada vez mais a sustentabilidade da nossa cidade”, afirmou Mariana Massud, diretora-executiva da Agência Municipal de Meio Ambiente e Planejamento Urbano (Planurb).
Debate regional
O evento contou com autoridades como a secretária-adjunta da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Gestão Urbana e Desenvolvimento Econômico, Turístico e Sustentável, Vera Bacchi, e representantes de entidades nacionais como a Sociedade Brasileira de Arborização Urbana (SBAU), CB27, Anamma, CRBio, além de especialistas e técnicos em urbanismo, arquitetura, biologia, engenharia e meio ambiente.
Na programação, os participantes discutiram diagnósticos regionais, boas práticas, mecanismos de financiamento, governança e estratégias de arborização adaptadas às características do Centro-Oeste. “Com base nas informações coletadas ao longo do processo participativo, o ICLEI irá elaborar a minuta do plano, garantindo que os insumos territoriais, técnicos e sociais estejam refletidos no documento final. O objetivo central do nosso trabalho no processo é promover a arborização urbana como uma ferramenta estratégica para o desenvolvimento de cidades mais resilientes, saudáveis e voltadas para o bem-estar humano”, explicou Léa Gejer, coordenadora técnica do ICLEI Brasil.
Para o MMA, a participação social ampla é um dos pilares do PlaNAU. “É a primeira vez que a gente faz um plano ao nível nacional sobre esse tema. A gente tem o programa Cidades Verdes e Resilientes instituído há um ano por um decreto. Ele é um programa com seis temas de atuação, sendo realizado em parcerias com o Ministério das Cidades e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. Um dos temas é a arborização urbana. Entendemos que a arborização e o seu protagonismo deve ficar com os municípios e ser tratada localmente, mas a gente quer coordenar as atividades, as ações dos municípios, dos estados e dos outros setores da sociedade, compartilhando responsabilidades, agora pela primeira vez também em âmbito nacional”, destacou Jennifer Viezzer, chefe de projeto do departamento de Meio Ambiente Urbano do ministério.
Reconhecimento nacional e internacional
Além de sediar a oficina do PlaNAU, Campo Grande tem ampliado sua atuação em temas ambientais no cenário internacional. O município e o estado do Mato Grosso do Sul são associados ao ICLEI e vêm desenvolvendo ações para enfrentar as mudanças climáticas, conservar o Pantanal e conciliar agronegócio e sustentabilidade.
O processo conta também com o apoio de instituições de ensino e pesquisa, da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana (SBAU), do Fórum de Secretários(as) de Meio Ambiente das Capitais Brasileiras (CB27), da Associação Nacional de Municípios e Meio Ambiente (Anamma), da Associação Brasileira de Entidades Estaduais de Meio Ambiente (Abema), do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), do Conselho Federal de Biologia (CFBio), do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR), além dos governos municipais de Campinas, Manaus, Curitiba, Recife e Campo Grande, e dos governos estaduais de São Paulo, Paraná, Pernambuco e Mato Grosso do Sul.
Contribuições seguem abertas
Para quem não participou presencialmente das oficinas participativas, é possível enviar sugestões para o PlaNAU até o dia 11 de julho, por meio do formulário online disponível na plataforma ReDUS.