Em um cenário de crescentes desafios climáticos, a capacidade de adaptação dos municípios brasileiros é peça-chave para garantir o desenvolvimento sustentável e a proteção das populações vulneráveis. É com esse objetivo que o Plano Nacional de Arborização Urbana (PlaNAU), coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), em parceria com a Universidade Federal de Alagoas (UFAL) e o ICLEI – Governos Locais pela Sustentabilidade, tem atuado para expandir a arborização nas áreas urbanas e promover a biodiversidade, os serviços ecossistêmicos, o enfrentamento à emergência climática e a qualidade de vida da população. Para alcançar esses resultados, a participação de representantes de diferentes setores da sociedade é fundamental e constitui um dos pilares da elaboração do plano.
No dia 10 de junho, a cidade de Campinas (SP) recebeu a 1° Oficina Regional do PlaNAU, uma iniciativa fundamental para garantir que as diversas regiões do Brasil, assim como diferentes segmentos da sociedade, possam compartilhar seus conhecimentos, experiências e demandas específicas para apoiar na construção do plano. O evento reuniu mais de 200 gestores e técnicos de secretarias municipais e estaduais, membros do legislativo, do Ministério Público, conselheiros ambientais, representantes da sociedade civil, da academia e do setor privado, somando vozes diversas em prol de cidades mais verdes, resilientes e adaptadas às mudanças climáticas. “A arborização é uma questão de bem-estar social, de saúde pública e possui um papel crucial de mitigação dos impactos dos eventos extremos das ilhas de calor, além de criar espaços de lazer e convivência”, declarou Adalberto Maluf, Secretário Nacional do Meio Ambiente Urbano e Qualidade Ambiental, no momento de abertura.
Durante a primeira parte da oficina, ocorreu a apresentação do PlaNAU até o momento e de alguns conceitos-chave, com a participação de Maurício Guerra, Diretor de Meio Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), e Jennifer Viezzer, coordenadora-geral de Adaptação dos Ambientes Urbanos e Mudança do Clima do MMA. As próximas oficinas presenciais ocorrerão em Manaus (AM), Recife (PE), Campo Grande (MS), Curitiba (PR) e Campinas (SP), sempre com o intuito de promover a construção participativa. Além disso, Maurício Lamano, da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana (SBAU), e Cláudio Maretti, Senior Fellow do ICLEI, apresentaram uma coletânea de conteúdos técnicos e recomendações que servirão de base para a consolidação do plano e sobre os sistemas de áreas verdes e azuis urbanas, ressaltando a importância da integração dessas estruturas com a arborização urbana. Rogério Menezes de Mello, da Fundação José Pedro de Oliveira (FJPO), responsável pela administração da Mata de Santa Genebra em Campinas (SP), também participou com uma apresentação sobre experiências locais em conservação e arborização.
Autoridades locais e estaduais também trouxeram exemplos de boas práticas e abordaram temas como governança e gestão ambiental. Falaram Ângela Guirao, da Secretaria Municipal do Clima, Meio Ambiente e Sustentabilidade de Campinas; Fabio Vicentini Diniz, biólogo e chefe da Divisão de Fiscalização e Licenciamento Ambiental da Secretaria Municipal de Meio Ambiente; e André Schatz Pellicciotti, assistente técnico da Assessoria de Mudanças Climáticas da Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado de São Paulo. Ângela Guirao abordou sobre o Programa Reconecta RMC, que visa estabelecer a cooperação entre os municípios que compõem a Região Metropolitana de Campinas para ações de interesse recíproco, conservação da fauna e flora e troca de conhecimento técnico.
A programação teve continuidade no período da tarde com as atividades da oficina participativa, reafirmando o compromisso coletivo na construção de um plano nacional voltado para cidades mais verdes, sustentáveis e resilientes. O PlaNAU parte do entendimento de que o planejamento e a gestão urbana só geram resultados efetivos quando estão profundamente conectados aos territórios e às pessoas que os habitam.
Nesse sentido, as oficinas presenciais têm um papel central no processo, baseando-se na escuta ativa e na participação social. Elas buscam coletar contribuições locais e regionais, compreender de forma estruturada os desafios e oportunidades da arborização urbana, aprofundar o diagnóstico em diferentes contextos e promover a construção coletiva de diretrizes, propostas e prioridades para o plano. Além disso, são espaços para o compartilhamento de boas práticas, para garantir a representatividade de diferentes setores da sociedade e para consolidar uma base participativa, ampla e diversa que subsidiará a redação final do PlaNAU.
📌 Acompanhe, participe e inscreva-se na página para saber mais: www.redus.org.br/planau
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A construção participativa do Plano Nacional de Arborização Urbana (PlaNAU) faz parte do Programa Cidades Verdes Resilientes (PCVR) e é coordenada pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), realizada em parceria com a Universidade Federal do Alagoas (UFAL) e implementada pelo ICLEI – Governos Locais pela Sustentabilidade. Também conta com o apoio da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana (SBAU), do Fórum de Secretários(as) de Meio Ambiente das Capitais Brasileiras (CB27), da Associação Nacional de Municípios e Meio Ambiente (ANAMMA), da Associação Brasileira de Entidades Estaduais de Meio Ambiente (ABEMA), Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Pesquisa & Desenvolvimento do Brasil (INESC P&D Brasil), Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR), Conselho Federal de Biologia (CFBio) e Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (CONFEA), e dos governos municipais de Campinas, Manaus, Curitiba, Recife e Campo Grande, bem como dos governos estaduais de São Paulo, Amazonas, Paraná, Pernambuco e Mato Grosso do Sul.