Aporte para financiar economia verde no Brasil é de US$ 700 bilhões

Previsão de investimentos para a transição para uma economia de baixo carbono foi feita nesta segunda-feira, durante o lançamento da Aliança de Glasgow pela Descarbonização dos Serviços Financeiros no Brasil, com a presença do presidente da COP26, Alok Sharma

29 de mar de 2022

crédito: Embaixada Britânica

700 bilhões de dólares. Cerca de 3,5 trilhões de reais. Este é o investimento necessário para promover a transformação econômica e o desenvolvimento de baixo carbono, nas próximas três décadas, apenas no Brasil. A previsão é da Aliança de Glasgow pela Descarbonização dos Serviços Financeiros (GFANZ), que foi lançada no Brasil nesta segunda-feira (28) pelo Presidente da COP26 – UN Climate Change Conference, Alok Sharma. O evento aconteceu em São Paulo e o Brasil foi o primeiro país da América Latina a lançar a Aliança. A GFANZ é uma coalizão global de instituições financeiras comprometidas em acelerar a descarbonização da economia.

 

 

O “I Encontro do GFANZ + Race to Zero Brasil: mobilizando as finanças e entregando a implementação” reuniu gestores de sustentabilidade do setor financeiro e de empresas, além de representantes de Estados e municípios que já se comprometeram em unir esforços para zerar a emissão de Gases de Efeito Estufa  (GEE) até 2050. “Para uma transição rápida e justa, o setor privado precisa se comprometer e se articular como um todo para que as práticas passem a ser coletivas e não mais individuais”, afirmou Sharma, em seu discurso de abertura. Sharma também pediu para que os membros da Aliança se comprometam em não investir em commodities que contribuem com o desmatamento. “Resolver o desmatamento é essencial para alcançar zero emissões. Atualmente, os incentivos financeiros são de 40 para 1 a favor da derrubada de uma árvore. Isso pode e deve mudar, e as instituições financeiras têm o poder de fazer isso ao não investir no desmatamento e, sim, em atividades benéficas às florestas”, afirmou. 

 

A palavra de ordem durante o evento foi engajamento. “Os setores público e privado precisam caminhar juntos. E o ambiente político precisa estar favorável para alavancar os financiamentos”, acrescentou José Pulgas, o representante da JGP, empresa do ramo de gestão e investimento. Ele disse também que “o setor econômico ainda não entendeu a urgência da pauta climática e que este é o momento de ser flexível sem ser leniente”. 

 

 


O pioneirismo de Minas Gerais

 

A embaixadora interina Melanie Hopkins, que abriu o evento híbrido, disse estar satisfeita em saber que, na última sexta-feira (25), Minas Gerais, “o primeiro Estado brasileiro a se comprometer a zerar suas emissões, lançou seus diálogos oficiais para entregar um Plano de Ação Climática antes da COP27”. A iniciativa tem o apoio do International Climate Fund UK Pact, ICLEI América do Sul, CDP, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade de São Paulo (USP) e Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). “E outros nove Estados aceitaram nossa oferta de trocar experiências com o Comitê de Mudança Climática do Reino Unido para a entrega de seus planos de ação climática.”

 

 

No Brasil, 12 Estados, mais de 40 cidades e 200 empresas passaram a integrar a campanha. Entre elas, estiveram presentes no encontro a Vice-Prefeita de Salvador, Ana Paula Matos, e os Secretários de Meio Ambiente de João Pessoa, Welison Silveira, de Itabirito, Frederico Leite, e de São Leopoldo, Anderson Etter. O ICLEI América do Sul estava representado pelo Secretário Executivo, Rodrigo Perpétuo, pelo Gerente de Relações Institucionais e Advocacy, Braulio Díaz, e pela Assessora de Advocacy, Bianca Cantoni. Também participaram online Nigel Topping, Representante de Alto Nível para Ações Climática da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, e Alex Michie Chefe da GFANZ.

 

 

O evento foi uma parceria da Embaixada Britânica com Under2 Coalition, ICLEI , Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), C40, Pacto Global, Climate Champions (UNFCCC), CDP Worldwide, Associação Brasileira de Bancos Internacionais (ABBI), Associação Brasileira de Desenvolvimento (ABDE), Associação de Investidores no Mercado de Capitais (AMEC), Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (Cnseg), Convergência pelo Brasil, Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e Investidores pelo Clima (IPC).

 

 

Mais sobre a GFANZ e a Race to Zero


O GFANZ é a maior coalizão financeira do mundo com objetivo de neutralizar as emissões do setor financeiro e facilitar a transição para uma economia de baixo carbono. A Aliança foi lançada mundialmente em abril do ano passado, na Cúpula do Dia da Terra do presidente Biden, e conta hoje com mais de 450 empresas de mais de 45 países com ativos combinados de mais de US$ 130 trilhões. No Brasil há 28 empresas de serviços financeiros membros do GFANZ, destas 5 são brasileiras e contam com aproximadamente US$ 300 bilhões de ativos sob gestão, representando por volta de 30% da indústria de fundos brasileira.

 

 

Segundo análises feitas pela aliança, serão necessários US$ 125 trilhões de investimentos para realizar a transformação econômica necessária para impedir danos ainda maiores decorrentes das mudanças climáticas. Nas próximas três décadas, US$ 32 trilhões deverão ser mobilizados globalmente, com US$ 700 bilhões sendo necessários especificamente no Brasil.

 

 

A campanha global da ONU Race to Zero reúne atores não-estatais de todo o mundo comprometidos com uma recuperação econômica verde, resiliente e sem carbono e em alcançar emissões líquidas zero até 2050. 

 

 

A soma do setor financeiro à comunidade do Race to Zero no Brasil fortalecerá a agenda de forma estratégica, visando a avanços concretos na implementação dos compromissos até a COP27.

 

Saiba mais sobre a GFANZ.

 

Sua cidade ainda não aderiu à Campanha Global da ONU Race to Zero? Saiba como, aqui.

 

🌐 Clique aqui para assistir à íntegra do Evento.

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